O mercado internacional de açúcar voltou a reagir fechando os dez primeiros
meses do ano com exportações recordes de 23,75 milhões de toneladas,
26% mais do que os 18,8 milhões de igual período de 2015.O novo cenário aliviou o caixa tanto das usinas como dos produtores de cana-de-açúcar.
O
superávit da produção mundial do açúcar, em relação ao consumo, e a
baixa nos preços externos fizeram as empresas desviarem a produção
interna mais para o etanol do que para o açúcar nos anos recentes. O
novo ciclo de déficit mundial de açúcar, com o consumo superando a
produção, permitiu às usinas inverterem suas posições.
A indústria viu
encurtar as receitas e teve um crescimento do endividamento nesses
últimos anos de crise do setor. Já os produtores de cana experimentaram
custos elevados em um período de preços baixos para a matéria-prima.
Graças
ao açúcar, o valor do Consecana (que contempla os preços nos diversos
segmentos do setor) foi recorde. A tonelada de cana-de-açúcar também subiu
para o recorde de R$ 100 por tonelada no mês passado, permanecendo em
R$ 87 na média da safra (abril a outubro).
O Brasil foi favorecido
também por problemas na produção de açúcar em outros competidores
mundiais. A Índia, por exemplo, tradicional fornecedor de açúcar no
mercado externo, liderou as importações no Brasil, superando os chineses.
Os indianos já compraram 1,98 milhão de toneladas de janeiro a outubro,
gastando US$ 687 milhões. O aumento em volume foi de 110%; em valores,
127% no período.
A
China, líder no ano passado, ficou em segundo lugar, com compras de 1,75
milhão de toneladas e gastos de US$ 563 milhões. Os países da Ásia já
compraram 9,1 milhões de toneladas de açúcar do Brasil neste ano, 34%
mais do que de janeiro a outubro de 2015. No mesmo período, os países do
Oriente Médio importaram 4,8 milhões de toneladas, um aumento de 45%.
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