Mais um dos desdobramentos aguardados para a indústria marítima em
2017 parece ter sido cancelado. A HMM (Hyundai Merchant Marine), que há
meses vinha conversando com Maersk Line e MSC para fazer parte da
aliança 2M, anunciou que não deverá unir-se às gigantes europeias, porém
pode participar dos serviços por meio de acordos de compra ou
intercâmbio de slots.
A informação foi confirmada em nota
oficial divulgada pela Maersk na sexta-feira (18), na qual o armador
afirma que, após a discussão sobre a possibilidade de inclusão da HMM na
aliança 2M como parceiro operacional, as partes decidiram avaliar
outras possibilidades de cooperação. “Estamos, portanto, discutindo a
possibilidade de a HMM estabelecer uma parceria com a rede 2M por meio
de acordos de compra ou intercâmbio de slots", explicou a nota.
"As negociações sobre
uma possível parceria ainda estão em andamento, e incluem a
possibilidade de a Maersk Line assumir operações e contratos de
afretamento atualmente administrados pela HMM, com o propósito de
empregá-los nos serviços da 2M. Também vimos discutindo maneiras de
melhorar os nossos produtos na rota do pacífico, porém são
possibilidades ainda em avaliação e não pretendemos comentar mais
detalhes até que tenhamos um desenvolvimento substancial”, acrescentou a
companhia dinamarquesa diretamente a seus clientes.
Após o
comunicado, a HMM enfatizou que as informações divulgadas pela Maersk
não queriam dizer a sua participação na 2M estivesse cancelada, mas sim
que as negociações estavam ainda em andamento. Ao Journal of Commerce, a
HMM confirmou que os detalhes da aliança teriam conclusão em breve:
“devemos chegar a um acordo formal entre o fim de novembro e início de
dezembro”.
Em meio às expectativas quanto às grandes alianças
esperadas para 2017, as declarações oficiais têm se misturado. Durante
conferência organizada pelo JOC em Hamburgo, Alemanha, em setembro, a
vice-presidente sênior da MSC para a Ásia, Caroline Becquart, foi
categórica ao dizer que não havia acordo algum finalizado com a HMM. Em
contrapartida, o diretor comercial da Maersk, Vincent Clerc, afirmou à
Bloomberg que a empresa esperava assinar um acordo com a HMM “em breve”.
Mas a questão talvez seja exclusivamente numérica. Em termos
práticos, segundo analisou a Drewry, a adição da HMM à 2M viria
acrescentar apenas 2% de capacidade aos serviços atualmente oferecidos
por Maersk e MSC nas rotas do Pacífico, especialmente depois do
crescimento observado pela Maersk ultimamente. O armador, que esperava
aumentar a participação de mercado em 1%, conquistou 3% no último
trimestre, fato que atribuiu à procura dos embarcadores por opções mais
“estáveis”, após a quebra da coreana Hanjin, em 31 de agosto. Ainda
que sem desfecho, a confirmação de que a HMM não será mais integrante
da aliança 2M alimentou os rumores de que a Maersk consideraria comprar a
HMM, o que o armador dinamarquês já afirmou que seria apenas “uma das
opções”.
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