A Ecovix, dona do Estaleiro Rio Grande, deverá
concluir até a próxima semana o desligamento de cerca de 600 empregados
do complexo. De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte, Sadi Machado, a ação
iniciou há cerca de um mês e não foi uma surpresa para os funcionários.
O dirigente comenta que as demissões faziam parte do cronograma da
empresa e estão dentro da sazonalidade do setor naval, agora com
perspectiva de redução da demanda. Machado especula que a medida seja
consequência da iminência da conclusão dos serviços realizados no casco
da plataforma de petróleo P-68. A estrutura, após deixar o Estado,
seguirá para o Estaleiro Jurong, em Aracruz (ES), para início das
práticas de integração.
Esse processo compreende basicamente a instalação sobre o casco e a
interligação de todos os demais módulos e equipamentos da plataforma. O
casco da P-68 pesa 353 mil toneladas, tem 288 metros de comprimento, 54
metros de largura e 31 metros de altura e é idêntico aos cascos da P-66 e
P-67 já entregues pelo Estaleiro Rio Grande.
Machado calcula que, após as demissões, a Ecovix manterá ainda mais 3
mil a 3,5 mil trabalhadores no município. Somando-se a mão de obra dos
outros estaleiros da região, EBR e QGI, o número de empregos chega a
aproximadamente 6,5 mil. Se as atuais demissões não foram uma surpresa, o
vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José
do Norte teme pelo futuro incerto do polo naval gaúcho.
"Com o desmonte
que está havendo da Petrobras, os estaleiros poderão ter que atender
somente à iniciativa privada para fazer reparos e não mais novas
plataformas", adverte Machado.
O dirigente comenta que muitos profissionais ligados ao segmento
naval já estão procurando outras ocupações. O sindicalista recorda que
no auge da atividade do polo naval, em 2013, chegou-se ao patamar de
cerca de 24 mil postos de trabalho gerados.
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