O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária, que corresponde ao
faturamento global dentro da propriedade rural, tende a estabilizar em torno de
R$ 519,3 bilhões neste ano. O número, referente ao mês de outubro, foi
divulgado nesta quinta-feira (17) pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O VPB projetado é 2,5% menor do que o de 2015. O valor das
lavouras teve queda de 1,9%, e o da pecuária, 3,7%. “A redução de
faturamento tem impacto decisivo no resultado de 2016”, assinala o
coordenador-geral de Estudos e Análises da SPA, José Garcia Gasques.
Os produtos agrícolas com melhor desempenho foram banana, com
aumento de 39,7%, trigo (26%), batata inglesa (25,4%), café (14,4%), maçã
(12,3%), feijão (9,6%) e soja (2,7%). Na pecuária, a carne de frango foi o
destaque, com elevação de 2,8% em relação a 2015.
Entre os produtos em 2016 com resultados do VBP abaixo do ano
passado se destacam o tomate (-47,4%), fumo (-28,7%), amendoim (-16,4%), uva
(-16,2%), arroz (-16,1%), cacau (-14,4 %), algodão (-12,5 %), laranja (-12,1%),
mandioca (-10,7%), milho (-7,7%) e cebola (- 4%).
“As secas ocorridas neste ano afetaram diversos produtos,
especialmente grãos, nas diferentes regiões do país, como Centro-Oeste e
Nordeste”, diz Gasques. “Houve também efeitos sobre os cafezais no Espírito
Santo”. Já a safra de milho teve queda superior a 20 milhões de toneladas por
causa da falta de chuva, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os primeiros prognósticos divulgados para a próxima safra
mostram resultados relevantes para diversos produtos analisados por
instituições como IBGE e Conab. Os levantamentos realizados em outubro indicam
safra de grãos variando entre 210,9 milhões de toneladas e 215 milhões de
toneladas, de acordo com a Conab, e de 209,4 milhões, conforme o IBGE. Para a
produtividade é previsto acréscimo de 13% em relação a 2016.
As previsões para o VBP indicam valor de R$ 562,5 bilhões para
2017. Com isso, o acréscimo real previsto é de 8,3%. “Em grande parte, a projeção
é atribuída às perspectivas favoráveis de algodão, feijão, milho, soja e arroz,
dos quais se esperam bons resultados da produção no próximo ano”, acrescenta
Gasques. Há expectativas de que o clima continue tendo comportamento favorável.
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