O banco alemão Nord LB, segunda maior empresa de financiamento de
navios da Alemanha, reportou mais um resultado de deterioração de sua
situação financeira na semana passada, e avisou: os prejuízos para este
ano vão passar de € 1 bilhão. As perdas estão relacionadas a mais um
aumento nos custos de risco para o portfólio de empréstimos ao setor de
navegação, especialmente para a carteira gerenciada por sua subsidiária
Bremer Landesbank.
Nos nove primeiros meses do ano, o Nord
LB registrou um prejuízo bruto de € 624 milhões. O resultado representou uma
reversão total na performance registrada no último ano, em que os lucros
antes de impostos ficaram em € 630 milhões.
O anúncio do banco
alemão vem como um lembrete de que os NPL (non-performing loans, ou
empréstimos não executados) do setor de navegação tem sido um problema
cuja solução ainda está bastante distante. A situação preocupa os bancos
do país, pois o segmento marítimo já foi uma das maiores forças da
indústria financeira alemã, até por volta do ano de 2010.
O CEO
do Nord LB, Gunter Dunkel, assegurou ao mercado – e aos acionistas –
que, apesar da crise, o banco ainda está em condições de conter e
administrar os problemas, prevendo que, em 2017 a situação deva ser
revertida.
Até o final do ano, as perdas totais previstas pelo
Nord LB para o grupo todo devem ultrapassar € 2 bilhões, o que resulta
em um prejuízo líquido de € 1 bilhão. As retrações reportadas pelas
empresas neste ano mostram que é hora também de planejar uma redução na
carteira de empréstimos para a navegação, declarou o banco, justificando
que, com isso, ficará menos sujeito a adiantamentos de empréstimos,
arrestamentos e vendas de portfólio.
Na
prática, a carteira de empréstimos deverá cair, de € 19 bilhões
(registrados no fim de março) para algo em torno dos € 12 a 14 bilhões
até o fim de 2018. Até o fim deste ano, já se espera que o total não
ultrapasse € 16 bilhões. Para a subsidiária Bremer Landesbank, a
situação é particularmente crítica, a ponto de a empresa precisar ser
reintegrada ao Nord LB por meio de um acordo de controle acionário, e
solicitar uma readequação de capital (CRR) ao Banco Central Europeu, o
que deve acontecer até o final desta semana.
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