A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) foi a que teve
pior desempenho no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta
segunda-feira (7) pelo Banco Central (BC). As estimativas para 2016
indicam retração levemente acima do prognóstico da semana anterior, de
3,3% para 3,31%. Foi a quinta semana consecutiva de piora nas projeções.
Há um mês, a perspectiva era de recuo de 3,15%.
A expectativa para a inflação ficou no mesmo patamar da semana
anterior, com melhora de ânimo para 2017. Mesmo com altas nos preços de
energia e impostos no Rio de Janeiro, o IPCA se manteve na tendência da
semana passada, de 6,88% no ano. Há um mês estava em 7,04%. Para 2017, o
índice foi alterado para menos de 5% para 4,94%. Há quatro semanas o
IPCA era projetado em 5,06%. A Selic segue com aposta de fechar em 13,5%
no fim de 2016.
O câmbio aponta cotação de R$ 3,20 no encerramento de 2016, mesmo
patamar de uma semana antes. Há um mês, estava em R$ 3,25. O câmbio
médio de 2016 seguiu em R$ 3,43, ante R$ 3,44 de um mês antes.
Para 2017, o Focus mostra que a percepção também piorou levemente. O
mercado prevê para o País um crescimento de 1,2%, abaixo do 1,21%
projetado uma semana antes. Há um mês, a expectativa era de 1,30%. O BC
trabalha com uma retração de 3,3% para o PIB em 2016 e com uma alta de
1,3% para 2017.
A produção industrial segue indicando um cenário difícil. A queda
prevista para este ano permaneceu em 6%. Para 2017, a projeção de alta
da produção industrial seguiu em 1,11%. As projeções para o indicador
que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para
este ano passaram de 45% para 45,15%. Há um mês, estava em 44,8%. Para
2017, as expectativas no boletim Focus seguiram em 49,8%, ante projeção
apontada um mês atrás de 49,65%.
Em 28 de outubro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
decidiu que as faturas de energia terão a cobrança da chamada "bandeira
amarela" em novembro. Na última sexta-feira (4), o governo fluminense
aumentou o ICMS para gasolina, energia elétrica, serviços de
comunicação, gasolina, fumo, cervejas e refrigerantes.
As instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA
no médio prazo, denominadas Top 5, indicam mediana passando de 6,89%
para 6,97%. Para 2017, seguiu em 5,03%. Quatro semanas atrás, as
expectativas eram de, respectivamente, 7,02% e 5,13%. Para outros
índices, como IGP-DI de 2016, o mercado apontou 7,30%, acima de 7,29% da
semana anterior. O IGP-M, referência de contratos de aluguel, ficou em
7,53% no ano e 5,36% para 2017.
Para o fim de 2017, a mediana para o câmbio foi de R$ 3,40 para R$
3,39 de uma divulgação para a outra, ante R$ 3,40 de um mês antes. Já o
câmbio médio de 2017 passou de R$ 3,33 para R$ 3,31 - estava em R$ 3,36
um mês atrás.
Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), o
BC considerou um dólar a R$ 3,20 para as projeções em seu cenário de
referência. Nas últimas semanas, o Banco Central também seguiu com sua
estratégia de leilões diários de swap cambial reverso, cujo efeito nas
cotações é equivalente à compra de dólares no mercado futuro. Com isso,
vem reduzindo gradativamente sua posição vendida em swaps cambiais
tradicionais, hoje na faixa dos US$ 24 bilhões.
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa que a
Selic, hoje em 14,00% ao ano, passe por mais uma redução de pelo menos
0,50 ponto porcentual em 2016 no encontro do Comitê de Política
Monetária (Copom) em novembro.
O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira, 7, que a
mediana das previsões para a taxa básica de juro no fim de 2016
permaneceu em 13,50% ao ano. Na prática, se confirmado, isso significará
um corte maior - de meio ponto porcentual - que o promovido pelo BC em
19 de setembro (de 0,25 ponto porcentual). Há um mês, os economistas
esperavam que a Selic terminasse 2016 em 13,75%.
Para o fim de 2017, a projeção do Focus seguiu em 10,75% ao ano,
ante 11,00% ao ano de um mês atrás. Na ata do último encontro do Copom, o
colegiado do BC afirmou que cortes maiores da Selic dependerão da
retomada da desinflação de serviços e de avanços no ajuste fiscal. Isso
foi reforçado na semana passada pelo presidente do Banco Central, Ilan
Goldfajn, em palestras realizadas em São Paulo.
No relatório Focus de hoje, a Selic média de 2016 permaneceu em
14,13% ao ano. Para 2017, seguiu em 11,63% ao ano. Há um mês, a mediana
das taxas médias projetadas para este e o próximo ano eram de 14,16% e
11,75%, nesta ordem.
Para o grupo dos analistas consultados que mais acertam as
projeções (Top 5) de médio prazo, a taxa básica terminará 2016 em 13,75%
ao ano, e, não, em 13,50% ao ano como previsto uma semana antes. Há um
mês, a projeção era de 13,75% ao ano. Para o ano que vem, as estimativas
do Top 5 ficaram estáveis em 11,25% ao ano, mesmo patamar de um mês
atrás.
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