Pilotos e comissários de voo realizaram na manhã desta quarta-feira
(3), das 6h às 8h, uma paralisação em 12 aeroportos do país para
reivindicar por reajuste salarial da categoria. Os aeroportos
registraram 36 voos atrasados entre 6h e 7h, todos eles domésticos, de
acordo com informações da Infraero.
Ao todo, a Infraero contabilizou 297 movimentações domésticas entre
meia noite e 7h, das quais 40 registraram algum tipo de atraso (13,5%
do total) e 42 foram canceladas (14,1%). O aeroporto de Recife concentra
o maior número de atrasos (10), enquanto o terminal de Congonhas (São
Paulo) foi o principal contribuinte para os cancelamentos (12).
No aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, 20 voos estavam
programados para ocorrer durante as 2h de paralisação, 14 deles de
partidas e 6 de chegadas.
Entre os 36 atrasos em voos domésticos verificados entre 6h e 7h,
10 ocorreram no terminal de Recife, sete em Porto Alegre, seis em
Fortaleza, quatro em Congonhas, três em Brasília (DF), dois em Curitiba ,
dois em Santos Dumont (Rio de Janeiro), um em Campinas (SP) e um em
Vitória.
O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) informou na última
sexta-feira (29) que pilotos e comissários de voo entrariam em greve
hoje, entre 6h e 8h da manhã, nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos,
Santos Dumont, Galeão, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Brasília,
Salvador, Recife e Fortaleza.
Os trabalhadores do setor reivindicam reajuste salarial de 11%
retroativo à data-base de primeiro de dezembro de 2015. A última
proposta das empresas aéreas oferecia reajustes parcelados (3% em
fevereiro de 2016, 2% em junho e 6% em novembro), sem serem retroativos.
Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), afirma
que, desde o início das negociações com as representações sindicais,
seis propostas foram apresentadas, mas todas foram recusadas.
O SNEA também ressalta que, nos últimos 10 anos, as aéreas
promoveram, automaticamente, o reajuste dos salários na data-base de
dezembro pelo INPC, e que nesse período ao final das negociações foi
concedido reajuste acima da inflação apurada.
Ontem, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) acatou um pedido de
medida limitar solicitado pelo SNEA, determinando que os aeronautas e
aeroviários mantenham 80% do efetivo enquanto durar a greve. A decisão
do TST ainda fixa multa diária de R$ 100 mil caso haja descumprimento da
decisão.
"O movimento está dentro do programado", disse o presidente do SNA,
Comandante Adriano Castanho, sem dar números oficiais da adesão. Quanto
à decisão do TST, o presidente do sindicato afirma que o movimento foi
construído de modo a cumprir a determinação. "Vamos manter um efetivo
mínimo, de 70% a 80%. Dos três mil voos no País, menos de 300 serão
impactados".
Em nota, a TAM afirma que "está empenhada em mitigar ao máximo os
impactos aos passageiros, alheios à sua vontade e, sobretudo, em
oferecer o melhor atendimento diante da situação". Já a Gol diz que a
operação da empresa foi impactada, gerando alguns atrasos e
cancelamentos. "A Gol ressalta que não está medindo esforços para
normalizar a situação o quanto antes e vem adotando todas as medidas
possíveis para minimizar os impactos aos seus clientes", afirma a
empresa por meio de nota.
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