O Credit Suisse acredita que o Brasil deve sofrer novo
rebaixamento da agência de classificação de risco Standard & Poor's
no segundo semestre de 2016. Com a piora prevista para acontecer na
segunda metade do ano, a nota do Brasil cairia do novo "BB" para "BB-", o
que colocaria o Brasil com a mesma nota atribuída a Bangladesh e
Suriname.
"Nós agora esperamos que a S&P rebaixe o País para BB- no
segundo semestre. Na nossa visão, as previsões da agência ainda são
muito otimistas a despeito das revisões para baixo", dizem os analistas
da casa. O banco dá como exemplo a previsão da S&P de que haverá
recessão de 3% em 2016 e crescimento da economia brasileira de 1% em
2017. Para o Credit Suisse, "há grande chance" de que o Produto Interno
Bruto frustre a previsão da agência nos dois anos.
Ao mesmo tempo, os analistas notam que a recente dinâmica da
arrecadação e a baixa probabilidade de que medidas sejam aprovadas pelo
Congresso sugerem que os resultados fiscais seguirão fracos neste e nos
próximos anos. "Além disso, a recente ação da S&P, com um curto
período entre revisões de rating, é compatível com novo downgrade antes
do fim de 2016".
Os analistas do Credit Suisse notam que alguns fatores poderão
desencadear a nova piora da nota, como revisões adicionais para baixo do
PIB, mudança da orientação política rumo a um quadro mais relaxado na
frente fiscal e monetária ou a deterioração da relação entre Executivo e
Legislativo em meio ao processo de impeachment da presidente Dilma
Rousseff.
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