Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta
terça-feira (23), depois de o ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Ali
al-Naimi, afirmar que não haverá cortes na produção da commodity. Um
comentário feito mais cedo pelo ministro do Irã, Bijan Zangeneh, de que o
plano de congelar a produção é "uma piada" também pesou sobre os
preços.
O mercado global de petróleo vem sofrendo com um excesso de oferta
há mais de um ano e meio, o que derrubou os preços dos contratos para os
níveis mais baixos em 12 anos recentemente. Nos EUA, os estoques de
petróleo estão nos níveis mais altos em mais de 80 anos.
Na semana passada o petróleo se recuperou depois de grandes
produtores, incluindo Arábia Saudita e Rússia, proporem um acordo para
congelar a produção nos níveis de janeiro. No entanto, hoje Al-Naimi
disse durante a conferência IHS CERAWeek em Houston, nos EUA, que cortes
na produção não serão implementados. "Não faz sentido perder tempo
buscando cortes na produção", afirmou. Um congelamento, disse o
ministro, vai lentamente permitir que os estoques diminuam, embora isso
deva "levar algum tempo".
O comentário do ministro iraniano, Zangeneh, mais cedo alimentou a
visão de que até mesmo um consenso para congelar a produção será
difícil. Os países que concordaram em congelar a produção na semana
passada afirmaram que a decisão só será implementada se outros grandes
produtores fizerem o mesmo, o que dificilmente o Irã aceitará, já que
apenas no começo deste ano voltou a vender o produto nos mercados
internacionais após o fim das sanções ao país.
Operadores e investidores também chegaram ao fim da tarde à espera
do relatório semanal do American Petroleum Institute (API, uma
associação de refinarias) sobre os estoques nos EUA. "O assustador nível
dos estoques (...) é um obstáculo difícil para qualquer recuperação nos
preços", comentaram analistas da Jefferies em nota a clientes.
Na Nymex, o petróleo para abril fechou com queda de US$ 1,52
(4,55%), a US$ 31,87 por barril, enquanto na ICE o Brent para o mesmo
mês recuou US$ 1,42 (4,39%), para US$ 33,27 por barril.
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