A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê
que a recessão brasileira será ainda mais profunda que o previsto no
fim do ano passado. A atualização das perspectivas econômicas divulgada
nesta quinta-feira (18) pela entidade culpa as incertezas políticas e a
inflação elevada pela piora do cenário. A OCDE alerta ainda que a
desvalorização do real pode ser preocupante devido ao aumento da dívida
externa no País.
A OCDE rebaixou a estimativa de contração do
Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2016 de -1,2% para -4%. A
estimativa anterior havia sido divulgada em novembro. Naquela ocasião, a
organização previa que a economia brasileira começaria a recuperação em
2017, com crescimento de 1,8%. Agora, a entidade prevê apenas o fim da
recessão, com crescimento zero no próximo ano na comparação com 2016.
Entre
as 11 economias com previsões divulgadas pela entidade, o Brasil é o
único que continuará em recessão em 2016 e ficará estagnado em 2017.
Todas as demais dez economias (Estados Unidos, Alemanha, França, Itália,
Japão, Canadá, Reino Unido, China, Índia e zona do euro) crescerão em
2016 e 2017 no cenário apresentado pela organização. Além disso, os
números brasileiros foram os que sofreram a piora mais pronunciada na
comparação com o quadro anterior de novembro.
Para a OCDE, a
continuidade dos problemas brasileiros explica a deterioração tão
acelerada do cenário. "A recessão no Brasil provavelmente será mais
profunda que o previsto anteriormente com a incerteza política em curso e
a inflação crescente", cita o relatório.
Além dos problemas já
existentes, a organização chama atenção para o fato de que o Brasil
também faz parte do grupo de emergentes que são mais vulneráveis à
desvalorização cambial. "Algumas economias emergentes, incluindo o
Brasil, Rússia e Turquia, estão vulneráveis a choques de taxa de câmbio
devido à grande parcela da dívida que é denominada em moeda
estrangeira", cita o documento.
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