O presidente do grupo Gerdau, André Gerdau, negou envolvimento em
atos de corrupção investigados na operação Zelotes, em depoimento à
Polícia Federal na tarde desta quinta-feira (25), segundo a defesa do
empresário.
O criminalista Arnaldo Malheiros, advogado de Gerdau, disse que o
empresário "esclareceu que a empresa não sonegou nada, apenas recebeu
autos de infração e recorreu na forma da lei (ao Carf). E não teve êxito
nenhum até agora".
Gerdau foi à superintendência da PF em São Paulo acompanhado de
seus advogados em cumprimento a um mandado de condução coercitiva
expedido pela Justiça na sexta fase da operação Zelotes. O depoimento
durou cerca de 45 minutos e Gerdau não respondeu às perguntas dos
jornalistas ao deixar o prédio da PF em São Paulo.
Malheiros disse que a Gerdau não apurou internamente nenhum indício
de que os advogados que ela contratou para atuar no Carf estivessem
envolvidos em atos de corrupção. "Ele não contratou ninguém para
corromper ninguém. Contratou consultorias para auxiliar na exposição dos
argumentos, dos fatos, era uma causa de valor muito grande. A linha da
empresa foi a de se cercar da melhor assessoria possível", disse o
defensor.
De acordo com o criminalista, "foram feitas perguntas sobre a
organização interna do Carf, e a respeito disso ele (Gerdau) não tem
qualquer conhecimento".
Em nota, o grupo Gerdau informou que "está colaborando integralmente com
as investigações da Polícia Federal" e que, "com base em seus preceitos
éticos, a Gerdau não concedeu qualquer autorização para que seu nome
fosse utilizado em pretensas negociações ilegais, repelindo
veementemente qualquer atitude que possa ter ocorrido com esse fim".
A nota esclareceu "que a empresa possui rigorosos padrões éticos na condução de seus
pleitos junto aos órgãos públicos e reafirmou que está, como sempre
esteve, à disposição das autoridades competentes para prestar os
esclarecimentos que vierem a ser solicitados".
Além das ilegalidades no Carf, a Zelotes investiga pagamento de
propina para a compra de medidas provisórias que interessavam à
indústria automotiva. Uma ação penal relacionada a esses crimes corre em Brasília. Dois
suspeitos, presos por participação no esquema, depuseram nesta quinta: o
lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS, e o ex-conselheiro do Carf
José Ricardo da Silva. Eles ficaram em silêncio.
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