As bolsas chinesas encerraram o pregão desta segunda-feira (29) com
perdas robustas, em meio à continuidade da fraqueza do yuan e a decepção
com a falta de novidades na reunião de cúpula do G-20. O Xangai
Composto, principal índice acionário da China, caiu 2,9% hoje, a
2.687,98 pontos, depois de chegar a recuar 4,6% durante a sessão e
atingir nova mínima em 2016, igualando o nível visto pela última vez em
dezembro de 2014. Em Shenzhen, onde fica um mercado de menor
abrangência, o índice local teve baixa ainda mais expressiva, de 5,4%, a
1.643,35 pontos.
O mau humor se instalou nos mercados chineses
após o banco central do país (PBoC) orientar sua taxa de paridade
diária, que baliza os negócios no câmbio, ao menor nível desde 3 de
fevereiro. O PBoC estabeleceu a taxa desta segunda em 6,5452 yuans por
dólar, ante 6,5338 yuans/dólar na sexta-feira, representando o maior
ajuste para baixo em um único para a divisa chinesa em sete semanas.
Além disso, o ajuste negativo de hoje foi o quinto consecutivo.
Na
sexta, no primeiro dia do encontro das 20 maiores economias do mundo -
que formam o G-20 - em Xangai, o presidente do PBoC, Zhou Xiaochuan,
havia declarado que "não há base para a persistente depreciação" do
yuan. Na mesma ocasião, Xiaochuan afirmou que há espaço para mais
relaxamento monetário, gerando especulação de que Pequim (foto) poderia adotar
novas medidas de estímulos no fim de semana, o que não se concretizou. Também
foram frustradas apostas de que o G-20 poderia adotar alguma espécie de
iniciativa coordenada durante a reunião, que se encerrou no sábado,
diante dos sinais de desaceleração da economia global.
"Os
investidores se decepcionaram com a falta de boas notícias do G-20, e o
yuan voltou a se enfraquecer", comentou o economista-chefe para a China
da Reorient Financial Markets, Steve Wang. Para Wang, existe
também um movimento de saída de recursos das bolsas para imóveis, uma
vez que os preços de moradias nas grandes cidades chinesas continuam a
subir. "Uma perspectiva econômica nebulosa levou algumas pessoas a
vender ações e comprar residências, e muitas ações continuam
sobrevalorizadas."
Analistas dizem ainda que pode estar ocorrendo
realização de lucros antes do Congresso Nacional do Povo, reunião
prevista para março durante a qual Pequim vai estabelecer sua agenda
econômica e a meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para
2016, e citam um clima de cautela antes da estreia, amanhã, das novas
regras para o lançamento de ofertas públicas iniciais (IPOs) de ações.
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