Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que
44,8% dos caminhoneiros estão endividados. Entre os autônomos, esse
número sobe para 52,5%. No grupo de empregados de frota, o porcentual é
menor, 28,2%. O valor médio dessas contas entre os autônomos também é
maior, está em R$ 31,3 mil; entre os empregados de frota, R$ 14,2 mil.
Segundo o estudo, o maior problema é hoje o preço do combustível. Na
média, os entrevistados estão no ramo há 18 anos.
Os dados mostram ainda que a média de idade dos motoristas é de
44,3 anos e a renda mensal líquida média é de R$ 3,9 mil - caminhoneiros
autônomos ganham R$ 4,1 mil em média e caminhoneiros empregados de
frota, R$ 3,4 mil. O estudo ainda revela que a frota tem idade média de
13,9 anos (16,9 anos dos veículos dos autônomos e 7,5 anos dos veículos
de frota).
O presidente da CNT, Clésio Andrade, aproveitou a divulgação do
estudo para defender a implantação do plano de renovação de frota, com
incentivo a financiamentos e reciclagem. Ele também fez críticas à Lei
do Caminhoneiro. "O caminhoneiro tem que lidar com as deficiências de
infraestrutura nas rodovias do País, tanto pela má qualidade do
pavimento e sinalização quanto pela ausência de pontos de parada
adequados e suficientes", disse.
Para 46,4% dos entrevistados, o custo do combustível é o maior
entrave para a profissão. Para 40,1%, o valor do frete não cobre as
despesas. Eles também listam como problemas a segurança (60,6%) e o
comprometimento do convívio familiar (32,1%).
Os caminhoneiros afirmaram rodar em média cerca de 10 mil km por
mês e trabalhar aproximadamente 11,3 horas por dia. Para 86,8% deles,
houve queda da demanda por seus serviços em 2015. Desses, 74,1% alegam
que o motivo foi a crise econômica e 11,4%, o custo do frete. A pesquisa ouviu 1.066 caminhoneiros, autônomos e empregados de frota, entre 4 a 14 de novembro de 2015.
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