A agência de classificação de risco Moody's rebaixou o rating do
Brasil em dois graus, de Baa3 para Ba2, com perspectiva negativa. Com
isso, o país perdeu o grau de investimento pela Moody's. Segundo a
agência, o rebaixamento foi motivado pela perspectiva de mais
deterioração nas métricas de crédito do Brasil, em um ambiente de baixo
crescimento, com a dívida do governo podendo superar 80% do Produto
Interno Bruto (PIB) dentro de três anos.
A Moody's citou também, em seu comunicado, a "dinâmica política
desafiadora", que continua a complicar os esforços de consolidação
fiscal das autoridades e a atrasar as reformas estruturais. Além disso, a
perspectiva negativa reflete a visão de riscos de que ocorra uma
desaceleração ainda maior na consolidação e na recuperação, ou ainda de
mais choques surgirem, o que cria incerteza sobre a magnitude da
deterioração do perfil da dívida.
A agência explicou que as métricas de crédito do Brasil tiveram
deterioração perceptível desde que a Moody's determinou o rating Baa3
com perspectiva estável para o País, em agosto de 2015. "Essa
deterioração deve continuar pelos próximos três anos, diante da escala
do choque para a economia brasileira, da falta de progresso do governo
em atingir seus objetivos de reforma fiscal e econômica e da dinâmica
política que deve persistir nesse período."
Segundo o comunicado da agência, o rebaixamento busca capturar a
maior deterioração, com a perspectiva negativa apontando para os riscos
de maior deterioração no perfil de crédito, diante de choques
macroeconômicos, uma maior disfunção política ou a necessidade de apoio a
entidades relacionadas ao governo.
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