O Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI/RS)
atingiu, em dezembro de 2015, seu menor nível desde janeiro de 2003,
segundo resultados divulgados nesta quinta-feira (4) pela Federação das
Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). No acumulado de 2015 em
relação a 2014, o indicador recuou 9,5%. Somente em 2009 a retração
havia sido mais significativa, de 13,0%.
Em nota, o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, atribuiu o
resultado "à contenção da demanda, ao encarecimento e à dificuldade de
obtenção de crédito". "A falta de perspectiva de uma retomada da
economia e o avanço da inflação são elementos que pesaram negativamente
sobre o desempenho do setor secundário gaúcho em 2015. Como resultado,
as empresas tiveram que reduzir o seu quadro de funcionários para se
adaptar ao cenário de elevada ociosidade.”
Segundo a Fiergs, a atividade da indústria gaúcha caiu 1,9% em
dezembro na comparação mensal com novembro, na série com ajuste sazonal.
Ante o mesmo mês de 2014, a retração alcançou 10,3%, totalizando 22
quedas consecutivas nessa base.
Entre as seis variáveis que compõem o indicador, o faturamento real
(-12,4%) e as compras industriais (-16,6%) sofreram as quedas mais
expressivas. No pessoal ocupado, o recuo foi de 6,6%, o que redundou na
queda de 8,0% na massa salarial real.
Outro termômetro sobre a mão de obra é o volume de horas
trabalhadas na produção, que caiu 9,3%, acima do nível de ocupação. A
adoção de férias coletivas e de programas de layoff ao longo de 2015
influenciou diretamente esse desempenho.
Na análise por categorias da atividade, os resultados negativos
atingiram 15 das 17 atividades pesquisadas. As perdas mais relevantes
concentraram-se no complexo Metal Mecânico, com destaque negativo para
Veículos automotores (-22,0%) e Máquinas e equipamentos (-17,3%) sobre o
desempenho global.
A Utilização da Capacidade Instalada (-2,5%) também alcançou níveis
historicamente baixos. O efeito imediato deve ser um freio nas
intenções de investimento para 2016. A tendência foi reforçada pela
pesquisa sobre aportes do setor, feita pela própria Fiergs. O
levantamento, divulgado no fim de janeiro pela entidade, apontou que 70%
das empresas haviam investido no ano passado, taxa mais baixa da série
iniciada em 2010.
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