A crise provocada pela
pandemia da covid-19 teve papel fundamental na queda das exportações de
calçados no quadrimestre. Conforme dados elaborados pela Associação Brasileira
das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em abril foram embarcados 4,84
milhões de pares por US$ 30,3 milhões, quedas de 40% em volume e de 60,8% em
faturamento na relação com mesmo mês do ano passado.Com o resultado, no
quadrimestre, as exportações somaram 36,87 milhões de pares e US$ 271,2
milhões, quedas de 14,4% em volume e de 21% em faturamento na relação com
período correspondente de 2019.
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que o quadro é
explicado pela crise provocada pelo alastramento da covid-19, especialmente nos
Estados Unidos, histórico e principal cliente do calçadista brasileiro no
exterior. Entre janeiro e abril, os norte-americanos importaram 3,1 milhões de
pares por US$ 51,32 milhões, quedas de 35,4% em volume e de 26,7% em
faturamento na relação com o mesmo período do ano passado.
O segundo comprador internacional do quadrimestre foi a Argentina, para onde
foram enviados 2,68 milhões de pares, que geraram US$ 28 milhões, incremento de
7,4% em volume e queda de 10,6% em faturamento na relação com o primeiro quarto
de 2019. A França apareceu no terceiro posto entre os importadores de calçados
brasileiros. No quadrimestre, os franceses importaram 2,5 milhões de pares,
pelos quais foram pagos US$ 16,16 milhões, quedas de 18,3% e de 13,3%,
respectivamente, na relação com período correspondente do ano passado.
No quadrimestre, o maior exportador do Brasil foi o Rio Grande do Sul, de onde
partiram 8,48 milhões de pares, que geraram US$ 114,75 milhões. As quedas foram
de 17,5% em volume e de 24,8% em faturamento na relação com o mesmo período do
ano passado. Também com forte queda nos embarques, o Ceará foi o segundo exportador de
calçados do quadrimestre. No período, os calçadistas cearenses enviaram ao
exterior 13,46 milhões de pares por US$ 74,76 milhões, quedas de 20,5% e de
22,8%, respectivamente, ante igual ínterim de 2019.
Com quedas de 9% em volume e de 22,5% em faturamento, São Paulo foi o terceiro
exportador do período, embarcando 2,32 milhões de pares por US$ 26,8 milhões. O único estado com resultados positivos no ranking dos principais exportadores
foi a Paraíba, de onde partiram 7,8 milhões de pares por US$ 24,74 milhões,
incrementos de 13% em volume e de 16,5% em faturamento na relação com o mesmo
período do ano passado. “Além de vir de uma base muito fraca ano ano de 2019, a
Paraíba teve um incremento pontual nos embarques de chinelos, especialmente
para a China”, explica Ferreira.
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