Segundo maior exportador de grãos e principal porta de entrada de
adubo do Brasil, o Porto de Paranaguá viu despencar a movimentação de
carretas com o protesto dos caminhoneiros. Cerca de 1 mil veículos, com o
equivalente a 40 mil toneladas, deixaram de entrar nas instalações
portuárias entre segunda e terça-feira (21 e 22). A manifestação dos
motoristas nas proximidades, principalmente na rodovia BR 277, não
chegou a bloquear a passagem nas vias de acesso, no entanto, não há
qualquer caminhão por ali, nem mesmo descendo a serra.
Apesar deste quadro, o estoque dos armazéns do porto, totalmente
dedicado a operação com soja, garante os embarques em navios por uma
semana, segundo a administração portuária. “As empresas trabalham com
estoques suficientes para cerca de 10 dias e eles estavam no máximo
nesta segunda (21). Por isso calculamos que para ter impacto, esta greve
deveria extrapolar a duração de todas as outras. Todo ano enfrentamos
paralisação , mas nenhum até hoje ultrapassou uma semana de duração”,
informa Rodrigo Coelho, gerente de terminal da APPA – Administração dos
Portos de Paranaguá e Antonina.
A preocupação maior, informam os administradores, envolve o setor de
fertilizantes, produtos importados, que ao chegar ao porto vindo de
outros países, têm conseguido ser transportados para empresas da região,
mas não têm conseguido escalar o mapa rumo às fazendas.
Em Santos, o uso de trens serve de garantia da chegada de
aproximadamente 24% da carga total movimentada, segundo a Companhia
Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Enquanto os caminhões transportam
em grande parte cargas em contêineres, os trens movimentam grãos em
100% de sua capacidade. “É improvável pensar em desabastecimento. É um
risco que não existe.
Com um movimento médio diário de 8 mil caminhões, o Porto de Santos
teve interditado o acesso a suas instalações em suas duas margens,
Santos e Guarujá, desde segunda-feira (22). “Oficialmente não há
interdição na margem direita (Santos), na prática porém, há uma carreta
impedindo a passagem. Extra-oficialmente sabemos que o descarrilhamento
do veículo foi uma ação dos manifestantes”, afirma uma fonte da Codesp.
Nenhum comentário:
Postar um comentário