sexta-feira, 25 de maio de 2018

Presidente Temer fica em apuros com a anulação de contrato com a Libra no Porto de Santos

          A semana foi indigesta para Michel Temer. Ele lançou o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles à presidência, admitindo não ter nenhuma chance de ser o candidato do MDB (mesmo sem dizer isto, claro). Advertiu que quem não apoiasse Meirelles deveria sair do partido, mas teve de engolir a reação do presidente do Senado, Eunicio Oliveira, que garantiu: Não vou sair e ninguém me tira”.
          Não bastasse as adversidades políticas, tentando apagar o fogo da paralisação dos caminhoneiros, pediu “trégua”  às lideranças do movimento e ouviu um sonoro “não”. Para coroar a fase trágica, o Congresso enterrou de vez a tentativa de Temer de privatizar a Eletrobras.
         Como desgraça pouca é bobagem, o Tribunal de Contas da União (TCU), órgão auxiliar dos parlamentares, mandou o governo desfazer um contrato assinado, em 2015, pelo ministério dos Portos com o Grupo Libra no Porto de Santos. Os donos da empresa são tradicionais financiadores eleitorais de Temer e do seu antigo parceiro Eduardo Cunha, ex-deputado preso por corrupção.
          A anulação foi por indícios de irregularidades no contrato, nascido de uma história cheia de digitais do MDB. A ordem foi para o governo cancelar o acordo em até 15 dias e começar a tomar já providências para realizar uma licitação da área usada pela Libra no cais santista.
         O TCU também vai abrir outro processo, para identificar os responsáveis pelas irregularidades, e mandará a decisão anulatória para alguns interessados, que podem ajudar a desvendar responsabilidades criminais. A Polícia Federal já toca uma investigação contra o presidente a devassar a histórica ligação de Temer com o Porto de Santos.
         Nessa investigação, o Grupo Libra é personagem central. O cancelamento determinado pelo tribunal pode ser incorporado ao inquérito conduzido pelo delegado da PF, Cleyber Malta Lopes.

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