O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, anunciou, na noite desta terça-feira, 22, o acordo feito
entre governo e Congresso Nacional para redução do preço do diesel. Ao sair de reunião no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), liderada pelo presidente Michel Temer, ele confirmou que o governo eliminará a Contribuição de Intervenção no Domínio
Econômico (Cide) sobre o diesel e, em contrapartida, os parlamentares
devem aprovar o projeto de reoneração da folha de pagamento.
“Acordamos que iremos eliminar a Cide incidente sobre o diesel. Ao
mesmo tempo, o Congresso aprovará um projeto de reoneração da folha. O
acordo é que iremos, uma vez aprovado o projeto de reoneração, assinar
um decreto eliminando a Cide sobre o diesel”, disse Guardia.
De acordo com o Ministério da Fazenda, o governo arrecada atualmente
R$ 2,5 bilhões por ano com a Cide sobre o diesel. Segundo a pasta, o
reforço nas receitas da União nos próximos três anos com o fim da
desoneração da folha de pagamento dependerá do número de setores que
perderem o benefício fiscal no projeto que tramita no Congresso.
Guardia disse ainda que o governo vai continuar negociando com os
caminhoneiros, que fazem paralisações por todo o país, em protesto
contra o aumento sucessivo no preço dos combustíveis. Ao anunciar a
redução do tributo sobre o diesel, Guardia fez um apelo aos
caminhoneiros.
“O governo continuará a conversar com os caminhoneiros para debater
alternativas para o problema. Nesse sentido, gostaríamos de fazer um
apelo à categoria, para que possam retornar às atividades normais para
que não penalize a população”. O ministro reiterou o discurso do governo
de que a alta dos combustíveis está atrelada ao preço internacional do
petróleo e a valorização do dólar perante o real.
Mais cedo, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado,
Eunício Oliveira, adiantaram que o governo reduziria a zero a Cide para
os combustíveis. A declaração foi feita pelo Twitter. Mais tarde, Maia
conversou com a imprensa e disse que a medida seria apenas para o
diesel.
A mobilização do Legislativo e do governo em torno do preço dos
combustíveis ganhou força após o início de mobilização de caminhoneiros.
Desde ontem (21), caminhoneiros fazem protestos e bloqueiam estradas em
vários estados. A categoria se queixa da alta dos combustíveis,
especialmente do diesel, e também da cobrança de pedágios mesmo quando
os caminhões estão com os eixos levantados. Só na semana passada, o
valor do diesel e da gasolina nas refinarias subiu cinco vezes
consecutiva.
A proposta de reoneração está em discussão no Congresso desde
setembro de 2017 sem que as lideranças chegassem a acordo. O orçamento
da União para este ano já considera arrecadar R$ 10 bilhões com a
medida, mas como ela deve valer apenas para metade do ano, a arrecadação
deve chegar apenas a R$ 5 bilhões.
O relator do projeto de lei da reoneração da folha, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), disse em abril que a matéria está pronta para ser votada. No seu dia, o movimento de paralisação dos caminhoneiros atingiu rodovias de mais de 20 estados em todas as regiões do país.
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