Os líderes dos 28 países da União Europeia (UE) se reunirão em um
jantar informal hoje (16) à noite em Sófia, capital da Bulgária. A
reunião seria sobre inovação e economia digital, no entanto, a saída dos
Estados Unidos (EUA) do acordo nuclear e a possibilidade de sanções a
empresas europeias são preocupações mais urgentes para os europeus.
Em carta enviada aos líderes, o presidente do Conselho Europeu,
Donald Tusk, afirmou que apoia "as medidas tomadas pela Comissão
Europeia para garantir que os interesses da UE sejam totalmente
protegidos. Isso inclui a possibilidade de responder às medidas dos EUA
conforme apropriado e de maneira proporcional, em conformidade com as
regras da Organização Mundial do Comércio".
Com a saída unilateral dos Estados Unidos do acordo nuclear, os
líderes europeus têm motivo para se preocupar. Além das ameaças por
parte dos EUA de estabelecer sanções a empresas europeias que mantenham
negócios no Irã e do receio de que o país desenvolva armamento nuclear,
há ainda a preocupação com a escalada da violência no Oriente Médio,
território vizinho da Europa. A preocupação aumentou após os últimos
acontecimentos violentos em Gaza.
No comunicado, Tusk reforçou o entendimento de que enquanto o Irã
respeitar o acordo, a UE defenderá a sua manutenção. Ele afirmou que
pedirá aos líderes dos países signatários do acordo - Alemanha, Reino
Unido e França - que avaliem a situação após a saída dos EUA.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também foi
convidado a se manifestar. Ele deve mostrar como os interesses das
empresas europeias envolvidas na cooperação econômica com o Irã podem
ser melhor preservados.
Segundo Tusk, em relação às medidas comerciais dos EUA, Juncker dará
um panorama. "Como sabemos, as tarifas dos EUA sobre aço e alumínio não
podem ser justificadas com base na segurança nacional. Foi por essa
razão que decidimos, em março, pedir a isenção permanente dessas tarifas
na UE e apoiamos firmemente as medidas tomadas pela Comissão Europeia
para garantir que os interesses da União Europeia sejam totalmente
protegidos. Isso inclui a possibilidade de responder às medidas dos EUA
conforme apropriado e de maneira proporcional, em conformidade com as
regras da Organização Mundial do Comércio. Recordando o compromisso
europeu de fortes relações transatlânticas como pedra angular da
segurança e da prosperidade tanto dos Estados Unidos quanto da União
Europeia, sublinhamos também o nosso apoio ao diálogo sobre questões
comerciais de interesse comum", acrescentou Tusk na carta encaminhada
aos líderes dos 28 países da UE.
A União Europeia é composta pela Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, o
Chipre, a Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia,
Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia,
Luxemburgo, Malta, os Países Baixos, a Polônia, Portugal, o Reino Unido,
a República Tcheca, Romênia e Suécia.
Os recentes acontecimentos violentos na Faixa de Gaza também serão
tema do encontro. Os protestos que desencadearam a onda de violência
foram causados pela instalação da Embaixada dos Estados Unidos em
Jerusalém na última segunda-feira (14).
Nesta quinta-feira (17), haverá uma cúpula com representantes dos
Balcãs Ocidentais (Albânia, Bósnia, Sérvia, Montenegro, Kosovo e
Macedônia) para tratar do futuro da região e da relação com a União
Europeia.
Tusk afirmou que está convencido de que a UE é o "único parceiro que
se preocupa genuinamente com a estabilidade de toda a região e com um
futuro próspero para os seus povos - em vez de tratá-la como um jogo
geopolítico de xadrez". Ele disse ainda que os líderes europeus devem
demonstrar preocupação com o desenvolvimento econômico dos Balcãs
Ocidentais. "Investir em infraestrutura e conexões humanas com e na
região é do interesse da UE".
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