O Mercosul e a União Europeia estão “muito próximos” de assinar um
acordo de livre comércio. O embaixador da União Europeia (UE) no Brasil,
João Cravinho, disse acreditar que o acordo deve sair entre junho e
julho deste ano. O fechamento do acordo, segundo ele, depende apenas que
os dois lados superem algumas diferenças nos setores agroindustrial e
industrial.
A declaração do embaixador foi feita em meio ao início em todo o Brasil
da 14ª edição da Semana Europeia, que começou nesta quarta-feira (9),
data de celebração do Dia da Europa. Cravinho não quis entrar em detalhes sobre as diferenças que existem
entre as propostas da União Europeia e as do Mercosul. “Isso faz parte
do segredo do negócio”, argumentou. Admitiu, porém que as diferenças
atrasam o processo de negociação, uma vez que “têm algum impacto e algum
valor para o lado europeu e para o lado brasileiro, e o lado do
Mercosul em geral”.
O embaixador afirmou que, apesar das dificuldades em curso, tanto os
consumidores europeus quanto os do Mercosul terão muitos benefícios com o
acordo, lembrando que os produtores brasileiros poderão colocar café,
carne e inúmeros outros artigos nas prateleiras do comércio varejista da
Europa, de maneira mais fácil e barata. “Quero também que o consumidor brasileiro possa beber um bom vinho
europeu e comprar os produtos europeus em níveis [valores] muito mais
baixos do que atualmente estão disponíveis”, disse Cravinho.
A União Europeia e o Mercosul negociam um acordo de livre comércio há 20
anos. A assinatura foi adiada durante todo esse período em razão da
resistência de setores industriais ou agrícolas dos dois lados. Os
agricultores franceses têm sido um dos setores que mais opuseram
resistência à celebração de um documento União Europeia-Mercosul, por
temerem a concorrência da carne brasileira em solo europeu.
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