terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Panalpina enxerga na crise econômica estímulo à competitividade

         O cenário desafiador previsto para esse ano não arrefeceu o ânimo da Panalpina, que considera que a crise traz oportunidades. A variação cambial fortaleceu competitividade dos produtos nacionais no exterior e incentiva a demanda pela eficiência logística, avaliou a operadora de transporte de carga aérea. O bom desempenho das exportações também estimulou a competitividade e propicia fôlego para o País em um momento tão delicado da economia. As empresas nacionais ou internacionais que atuam na logística no Brasil demonstram, assim, uma perspectiva positiva para o desenrolar deste ano.
          Mesmo com a retração de 1,2% na demanda de cargas aéreas mundiais no mês de novembro/2015, de acordo com a Iata (Associação Internacional de Transporte Áéreo) – com destaque para a América Latina, onde o modal perdeu 6,4% no mês, afetado principalmente pela recessão econômica no Brasil – empresas do setor veem na crise oportunidade, como apontou o diretor de produto aéreo da Panalpina, René Genofre.
          “A queda da demanda é indiscutível, porém entendemos que, especialmente em um período de crise, oportunidades surgem. Nossa posição é de forte atenção a estes “bolsões de oportunidades”, e oferecer soluções de alto valor agregado que atendam às necessidades do mercado. Fizemos isto no ano de 2015 ao estabelecer nossos voos cargueiros próprios conectando Hong Kong a Viracopos via nosso hub em Huntsville .com duas frequências semanais. Esta solução foi desenhada para atender demandas reprimidas, em um período do ano em que a demanda já se demonstrava desafiadora. Isto reflete o DNA inovador e flexível da Panalpina”, afimou.
          Embora a taxa de crescimento anual tenha caído e as perspectivas da economia global permaneçam frágeis, partes da Ásia-Pacífico estão crescendo novamente e as encomendas de exportação estão melhorando. Nesse sentido, para René 2016 aparece como um ano desafiador para o mercado, sem grandes taxas de crescimento, inclusive no trade Ásia-Brasil. “Entretanto, para a Panalpina, projetamos crescimento neste mercado, grande parte alavancado pela nossa oferta única de solução em conectividade com aeronave cargueira para o aeroporto de Viracopos”, observou
          Sobre a infraestrutura aeroportuária, o diretor de produto aéreo da Panalpina, o executivo apontou como um grande salto na qualidade de serviços e infraestrutura dedicada a carga os aeroportos de Viracopos, Galeão, Guarulhos e Brasilia. “Hoje temos estes aeroportos buscando certificações internacionais tais como GDP e CEIV, e a indústria como um todo já se beneficia da evolução que as mudanças de processos e infraestrutura propiciam”, frisou.
          Ainda segundo ele, a medida que os demais aeroportos brasileiros se espelharem neste modelo e realizarem investimentos e adequações, “o modal aéreo será beneficiado, com a possibilidade por exemplo, de receber aeronaves mais modernas e de maior porte que, eventualmente não operem em determinados aeroportos”. Lembrando do pacote de concessão anunciado pelo governo que prevê R$ 8,5 bi em investimen.tos nos aeroportos, o executivo diz esperar melhorias em sistemas informatizados e de infraestrutura, “nos moldes do que vemos nos aeroportos já privatizados”.
          Além disso, René lembrou de um fator muito conhecido pelo setor logístico: a burocracia, que segundo ele, não é sentido somente pelos modais marítimos e rodoviários. “Sem dúvida o modal aéreo sofre de igual maneira, pois os processos locais seguem um modelo menos informatizado do que em outros países e logo, bastante burocrático. Entretanto, o Brasil tem avançado bastante no tema do E-freight, que reduz fortemente o manuseio de papeis e o seu consequente custo para toda a cadeia logística”, lembra, ressaltando ainda que mundialmente o E-freight já tem uma penetração bastante expressiva. “E tem na Panalpina o agente de carga com maior crescimento neste índice de penetração”, citou
          Ainda segundo René, o Brasil já possui avanços neste processo e destaca que a companhia participa ativamente do grupo de estudo e desenvolvimento do E-freight importação, com a participação ainda dos pilotos do E-freight exportação. “A integração de dados entre todos os elos da cadeia, incluindo autoridades aduaneiras e aeroportuárias é chave para o ganho de eficiência”, ponderou.
          René ressaltou a importância da integração da tecnologia nesses processos, além, claro, da integração de grande importância com os órgãos governamentais, “que irá nos trazer produtividade, rapidez e consequente melhoria de custos nos processos de importação e exportação aérea. Além disso, as novas tecnologias, quando interligadas, propiciam maior visibilidade ao cliente”. O diretor de produto aéreo da Panalpina disse ainda que a companhia continua atenta às oportunidades e demandas do mercado, “especialmente com eventos extraordinários como os jogos Olímpicos e outras situações que demandem serviços ou soluções diferenciadas”.

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