O cenário desafiador previsto para esse ano não arrefeceu o ânimo da Panalpina, que considera que a crise traz
oportunidades. A variação cambial fortaleceu
competitividade dos produtos nacionais no exterior e incentiva a demanda
pela eficiência logística, avaliou a operadora de transporte de carga aérea. O bom desempenho das exportações também estimulou a competitividade e propicia fôlego para o País em um
momento tão delicado da economia. As empresas nacionais ou
internacionais que atuam na logística no Brasil demonstram, assim, uma
perspectiva positiva para o desenrolar deste ano.
Mesmo com a retração de 1,2% na demanda de cargas aéreas mundiais no mês
de novembro/2015, de acordo com a Iata (Associação Internacional de
Transporte Áéreo) – com destaque para a América Latina, onde o modal
perdeu 6,4% no mês, afetado principalmente pela recessão econômica no
Brasil – empresas do setor veem na crise oportunidade, como apontou o
diretor de produto aéreo da Panalpina, René Genofre.
“A queda da demanda é indiscutível, porém entendemos que, especialmente
em um período de crise, oportunidades surgem. Nossa posição é de forte
atenção a estes “bolsões de oportunidades”, e oferecer soluções de alto
valor agregado que atendam às necessidades do mercado. Fizemos isto no
ano de 2015 ao estabelecer nossos voos cargueiros próprios conectando
Hong Kong a Viracopos via nosso hub em Huntsville .com duas frequências
semanais. Esta solução foi desenhada para atender demandas reprimidas,
em um período do ano em que a demanda já se demonstrava desafiadora.
Isto reflete o DNA inovador e flexível da Panalpina”, afimou.
Embora a taxa de crescimento anual tenha caído e as perspectivas da
economia global permaneçam frágeis, partes da Ásia-Pacífico estão
crescendo novamente e as encomendas de exportação estão melhorando.
Nesse sentido, para René 2016 aparece como um ano desafiador para o
mercado, sem grandes taxas de crescimento, inclusive no trade
Ásia-Brasil. “Entretanto, para a Panalpina, projetamos crescimento neste
mercado, grande parte alavancado pela nossa oferta única de solução em
conectividade com aeronave cargueira para o aeroporto de Viracopos”, observou
Sobre a infraestrutura aeroportuária, o diretor de produto aéreo da
Panalpina, o executivo apontou como um grande salto na qualidade de serviços e
infraestrutura dedicada a carga os aeroportos de Viracopos, Galeão,
Guarulhos e Brasilia. “Hoje temos estes aeroportos buscando
certificações internacionais tais como GDP e CEIV, e a indústria como um
todo já se beneficia da evolução que as mudanças de processos e
infraestrutura propiciam”, frisou.
Ainda segundo ele, a medida que os demais aeroportos brasileiros se
espelharem neste modelo e realizarem investimentos e adequações, “o
modal aéreo será beneficiado, com a possibilidade por exemplo, de
receber aeronaves mais modernas e de maior porte que, eventualmente não
operem em determinados aeroportos”. Lembrando do pacote de concessão anunciado pelo governo que prevê R$ 8,5
bi em investimen.tos nos aeroportos, o executivo diz esperar melhorias
em sistemas informatizados e de infraestrutura, “nos moldes do que vemos
nos aeroportos já privatizados”.
Além disso, René lembrou de um fator muito conhecido pelo setor
logístico: a burocracia, que segundo ele, não é sentido somente pelos
modais marítimos e rodoviários. “Sem dúvida o modal aéreo sofre de igual
maneira, pois os processos locais seguem um modelo menos informatizado
do que em outros países e logo, bastante burocrático. Entretanto, o
Brasil tem avançado bastante no tema do E-freight, que reduz fortemente o
manuseio de papeis e o seu consequente custo para toda a cadeia
logística”, lembra, ressaltando ainda que mundialmente o E-freight já
tem uma penetração bastante expressiva. “E tem na Panalpina o agente de
carga com maior crescimento neste índice de penetração”, citou
Ainda segundo René, o Brasil já possui avanços neste processo e destaca
que a companhia participa ativamente do grupo de estudo e
desenvolvimento do E-freight importação, com a participação ainda dos
pilotos do E-freight exportação. “A integração de dados entre todos os
elos da cadeia, incluindo autoridades aduaneiras e aeroportuárias é
chave para o ganho de eficiência”, ponderou.
René ressaltou a importância da integração da tecnologia
nesses processos, além, claro, da integração de grande importância com
os órgãos governamentais, “que irá nos trazer produtividade, rapidez e
consequente melhoria de custos nos processos de importação e exportação
aérea. Além disso, as novas tecnologias, quando interligadas, propiciam
maior visibilidade ao cliente”. O diretor de produto aéreo da Panalpina disse ainda que a
companhia continua atenta às oportunidades e demandas do mercado,
“especialmente com eventos extraordinários como os jogos Olímpicos e
outras situações que demandem serviços ou soluções diferenciadas”.
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