O indicador de produção da indústria gaúcha apresentou, em novembro
do ano passado, uma queda em relação a outubro, somando 42,1 pontos.
Essa foi a oitava queda mensal seguida e o pior resultado para o período
em seis anos. Os dados foram apurados pela Sondagem Industrial do RS da Federação
das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), divulgada nesta
terça-feira (5).
"A sondagem mostra que o setor segue em contração e sem sinais de
recuperação. Assim, com expectativas de redução na demanda e no emprego e
a baixa disposição para investir, a indústria gaúcha deve continuar em
trajetória de queda nos próximos meses”, afirmou o presidente da Fiergs,
Heitor José Müller.
Outros três indicadores também apontaram para um recuo na atividade
em novembro. O emprego ficou em 41,8 pontos, sinalizando aumento no
número de demissões, cenário que persiste há 19 meses.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI), por sua vez, chegou a
66%, bem inferior à média histórica de 73,1% do mês. A UCI em relação à
usual alcançou apenas 34,2 pontos, o que representa elevada ociosidade.
Além disso, ocorreu um crescimento dos estoques indesejados no período.
Este indicador, em relação ao planejado, ficou em 54,1 pontos.
As perspectivas dos empresários gaúchos para os primeiros seis
meses de 2016 indicam uma probabilidade pequena de se vislumbrar um
cenário de recuperação. As expectativas de demanda permaneceram
negativas (42,5 pontos), ainda que para as exportações (52,8) seja
esperado crescimento. Em relação ao emprego (42,6 pontos), a queda
projetada foi um pouco menor que a do mês anterior, assim como para as
compras de matérias-primas (43). Mesmo com a recuperação do índice de
intenção de investimentos, que alcançou o maior valor desde junho de
2015, 44,9 pontos (5,3 acima de novembro), esse número ainda é
considerado baixo.
Desenvolvida mensalmente pela Fiergs, a Sondagem Industrial RS
varia numa escala de 0 a 100 pontos. Quanto mais os valores estiverem
acima de 50 pontos, melhor é a avaliação do empresário. Apenas a
variável de estoques em comparação ao planejado é avaliada como negativa
acima dos 50. No caso da intenção de investir, quanto maior o índice,
maior é a propensão do industrial em aumentar a capacidade produtiva.
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