terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Expectativa para exportação de carne bovina é positiva com a abertura de novos mercados

         As exportações brasileiras de carne bovina apresentaram avanços significativos em 2015 com a reabertura do mercado mundial para o produto nacional. Foram atingidas duas das grandes prioridades estratégicas para o setor: a Final Rule, para os Estados Unidos e o início dos embarques para a China. Reabriram seus mercados, ainda, com a suspensão dos embargos, a Arábia Saudita, o Iraque, a África do Sul e o Japão.
           O presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), Antônio Jorge Camardelli, disse que 2015 foi encerrado com algumas lutas que o setor travava há alguns anos. “Praticamente, concluímos os últimos países que ainda estavam com embargo à nossa carne. Sem dúvida, foi um ano de ótimas notícias para a indústria brasileira, que está cada vez mais preparada para atender a demanda mundial de carne bovina”, afirmou.
          Os embarques para a China começaram no final de junho e, em pouco mais de cinco meses, já representaram 81,3 mil toneladas, com faturamento de US$ 401,2 milhões. Com o anúncio da habilitação de mais três plantas no país, em novembro último, a expectativa da Abiec é que, em 2016, o faturamento de exportação de carne bovina para a China represente cerca de US$1,3 bilhão.
          A Final Rule, publicada no final de junho, liberando a exportação de carne in natura de 14 estados brasileiros para os EUA, foi outra conquista muito importante para o setor. Fernando Sampaio, diretor-executivo da Abiec explica que são duas as etapas:
           “Primeiro, o anúncio da Final Rule, que aconteceu em junho, e agora, o processo segue com a discussão entre os respectivos órgãos americano e brasileiro para o estabelecimento de uma equivalência de processos de inspeção para que as exportações, de fato, tenham início. A expectativa da ABIEC é que os primeiros embarques aconteçam ainda no primeiro semestre de 2016”, esclareceu.
          Outro mercado reaberto que traz grande potencial de aumento nas exportações de carne bovina no curto prazo é a Arábia Saudita. Além da possibilidade de exportar 50 mil toneladas aos sauditas, outras nações como Qatar, Bahrein e Kuwait podem também retomar as importações da carne brasileira, uma vez que seguem os mesmos requisitos da Arábia Saudita, alcançando um faturamento conjunto de US$ 230 milhões.
          Em dezembro, o governo brasileiro anunciou a suspensão do embargo japonês para carne brasileira processada. Com isso, o país retoma a exportações de produtos industrializados para o Japão, que pode representar um valor agregado, chegando a um faturamento anual de US$ 19 milhões. “Resolvido o embargo de produtos industrializados, as duas partes concordam em começar a negociar o acesso recíproco a carne in natura, produto do qual o Japão é um dos maiores importadores do mundo”, ressalta Sampaio.
         Com faturamento de US$ 525 milhões em exportações em novembro, o Brasil atingiu a marca de US$ 5,4 bilhões no acumulado do ano. Em volume, foram exportadas 124,5 mil toneladas de carne bovina em novembro, registrando um total de 1,3 milhão de toneladas em 2015. Esses números representam uma queda de 10% em volume e 17% em faturamento em relação a 2014.
          Desta forma, as exportações brasileiras de carne bovina em 2015 devem fechar o ano com um resultado aquém do mesmo período do ano passado. Mesmo com uma recuperação no último trimestre, o setor enfrentou problemas conjunturais que afetaram negativamente alguns grandes mercados do Brasil, como Rússia, Hong Kong e Venezuela.

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