As exportações brasileiras de carne bovina apresentaram avanços significativos em 2015 com a reabertura do mercado mundial para
o produto nacional. Foram atingidas duas das grandes
prioridades estratégicas para o setor: a Final Rule,
para os Estados Unidos e o início dos embarques para a China. Reabriram seus mercados, ainda, com a suspensão dos embargos, a Arábia
Saudita, o Iraque, a África do Sul e o Japão.
O presidente da Abiec (Associação
Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), Antônio Jorge Camardelli, disse que 2015 foi encerrado com
algumas lutas que o setor travava há alguns anos. “Praticamente,
concluímos os últimos países que ainda estavam com embargo à nossa
carne. Sem dúvida, foi um ano de ótimas notícias para a indústria
brasileira, que está cada vez mais preparada para atender a demanda
mundial de carne bovina”, afirmou.
Os embarques para a China começaram no final de junho e, em pouco mais
de cinco meses, já representaram 81,3 mil toneladas, com faturamento de
US$ 401,2 milhões. Com o anúncio da habilitação de mais três plantas no
país, em novembro último, a expectativa da Abiec é que, em 2016, o
faturamento de exportação de carne bovina para a China represente cerca
de US$1,3 bilhão.
A Final Rule, publicada no final de junho, liberando a exportação de
carne in natura de 14 estados brasileiros para os EUA, foi outra
conquista muito importante para o setor. Fernando Sampaio,
diretor-executivo da Abiec explica que são duas as etapas:
“Primeiro, o anúncio da
Final Rule, que aconteceu em junho, e agora, o processo segue com a
discussão entre os respectivos órgãos americano e brasileiro para o
estabelecimento de uma equivalência de processos de inspeção para que as
exportações, de fato, tenham início. A expectativa da ABIEC é que os
primeiros embarques aconteçam ainda no primeiro semestre de 2016”, esclareceu.
Outro mercado reaberto que traz grande potencial de aumento nas
exportações de carne bovina no curto prazo é a Arábia Saudita. Além da
possibilidade de exportar 50 mil toneladas aos sauditas, outras nações
como Qatar, Bahrein e Kuwait podem também retomar as importações da
carne brasileira, uma vez que seguem os mesmos requisitos da Arábia
Saudita, alcançando um faturamento conjunto de US$ 230 milhões.
Em dezembro, o governo brasileiro anunciou a suspensão do embargo
japonês para carne brasileira processada. Com isso, o país retoma a
exportações de produtos industrializados para o Japão, que pode
representar um valor agregado, chegando a um faturamento anual de US$ 19
milhões. “Resolvido o embargo de produtos industrializados, as duas
partes concordam em começar a negociar o acesso recíproco a carne in
natura, produto do qual o Japão é um dos maiores importadores do mundo”,
ressalta Sampaio.
Com faturamento de US$ 525 milhões em exportações em novembro, o Brasil
atingiu a marca de US$ 5,4 bilhões no acumulado do ano. Em volume, foram
exportadas 124,5 mil toneladas de carne bovina em novembro, registrando
um total de 1,3 milhão de toneladas em 2015. Esses números representam
uma queda de 10% em volume e 17% em faturamento em relação a 2014.
Desta forma, as exportações brasileiras de carne bovina em 2015 devem
fechar o ano com um resultado aquém do mesmo período do ano passado.
Mesmo com uma recuperação no último trimestre, o setor enfrentou
problemas conjunturais que afetaram negativamente alguns grandes
mercados do Brasil, como Rússia, Hong Kong e Venezuela.
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