terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Autoridade Portuária pode concluir obras de eclusas do Canal do Panamá se o consórcio responsável desistir

         A  ACP (Autoridade Portuária do Canal do Panamá) anunciou que poderá assumir a construção do terceiro conjunto de eclusas do Canal caso o consórcio responsável pela obra desista por problemas financeiros. A declaração foi feita por executivos do órgão nesta segunda-feira.
         “Se o contratante não terminar o trabalho (que tem um avanço de 96%), esperemos que não, a ACP irá assumir o trabalho restante”, garantiu o responsável pelo projeto de expansão do Canal do Panamá, Ilia Hawthorn Marotta. Segundo ele, o consórcio Grupo Unidos pelo Canal (Gupc), composto pelas empresas Sacyr Vallehermoso, da Espanha, Impregilio, da Itália, e Jan De Nul, da Bélgica, solicitou à ACP uma “ajuda financeira”. O pedido foi de US$ 40 milhões para selar vazamentos.
         A aparição de fissuras em uma das paredes da nova eclusa de embarque do Pacífico, no meio do ano passado, obrigou o Gupc a fazer um reforço na estrutura, trabalho que deve terminar neste mês. “É como uma espécie de empréstimo, mas o ACP é incapaz de fazer empréstimos. Sabemos que os reparos estão custando entre US$ 30 milhões e US$ 40 milhões para um consórcio, mas que é um problema a ser resolvido internamente”, destacou o executivo.          Hawthorn reiterou que o plano dos primeiros testes de navegação nos novos bloqueios deve ser concretizado em abril próximo. No entanto, ainda não há data de abertura definitiva do empreendimento. A estimativa é de que a via, por onde passam cerca de 6% das mercadorias transportadas pelo mundo, seja inaugurada no segundo trimestre.
         O administrador da ACP, Jorge Luis Quijano, disse que até o final de janeiro ficará “mais claro” quando a obra, que tem mais de um ano de atraso, poderá ser inaugurada. O serviço foi marcado por disputas entre os países das empresas que realizam as obras e greves trabalhistas.
         O consórcio, por sua vez, anunciou que o trabalho poderá atrasar mais seis meses. O motivo é o não pagamento de faturas no prazo. Quijano negou o grupo empresarial e destacou que as faturas são pagas 30 dias após a apresentação.
         O consórcio começou, em janeiro, o processo de testes de portas eletromecânicos e, em agosto, foram verificadas fissuras por onde a água escoou. Os trabalhos de reparação devem ser concluídos no próximo dia 15 e os testes deverão ser reiniciados, conforme o programa previsto.

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