Ao tomar
posse nesta terça-feira (16), na presidência do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o economista Gustavo Montezano
disse que, até o final do ano, o banco “será menos banco e mais
desenvolvimento”. O objetivo da nova gestão, segundo Montezano, é concentrar as
atividades da instituição em projetos de impacto social, como privatizações,
investimentos em infraestrutura e saneamento básico e na reestruturação fiscal
de estados e municípios. “O novo BNDES será um banco de serviço do Estado
brasileiro, ajudando o Estado em privatizações, concessões, desinvestimento e
ajudando o gestor público a respirar suas finanças”, disse.
Montezano disse ainda que o foco não
será o lucro, mas sim a sustentabilidade financeira da instituição, e que o
banco não deverá competir com o setor privado, mas ser complementar à economia
privada. “O BNDES está preparado para cumprir sua missão e, a partir de hoje, o
alinhamento do BNDES com o governo federal é total. Nós seremos o braço
operacional da execução da política pública ao longo desse mandato [do
presidente Jair Bolsonaro]”, disse.
Durante
a cerimônia, no
Palácio do Planalto, o novo presidente do BNDES apresentou cinco metas para
serem cumpridas até o final deste ano, entre elas explicar a caixa-preta para a
população brasileira (contratos e investimentos do banco em governos passados);
acelerar a venda de participações especulativas em bolsa de valores, no qual o
banco ainda detém cerca de R$ 100 bilhões; e concluir a devolução de R$ 126
bilhões ao Tesouro Nacional.
O economista anunciou ainda que o
banco vai apresentar para o governo e para a sociedade um plano trianual, com
orçamento, metas claras e o redimensionamento para ser cumprido até o final do
mandato. A última meta da nova gestão do BNDES para este ano é melhorar, de
forma substancial e clara, a prestação de serviços ao Estado brasileiro,
“permitindo que o Estado foque em segurança, saúde, educação, que o saneamento
chegue a casa das pessoas, que o gestor público não perca sua energia em como
pagar as contas, mas como melhora a vida das pessoas”.
Em discurso durante a cerimônia, o
presidente Jair Bolsonaro lembrou que conhece Montezano desde que o economista
era criança e que moravam no mesmo condomínio. “Esse garoto que está aí eu
conheço desde piá [menino], lá da Rua Dona Maria, 71, amigos dos meus filhos.
Essa juventude merece respeito. Como morador do condomínio, acompanhava em
parte as atividades deles todos e vi que daquela garota, da Dona Maria,71,
temos um presidente do BNDES”. Bolsonaro agradeceu Montezano por assumir a
missão de conduzir o banco público de forma “transparente e servindo ao povo
brasileiro”.
Montezano tem 38 anos, é mestre em economia pela
Faculdade de Economia e Finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais
(Ibmec) do Rio de Janeiro e graduado em engenharia pelo Instituto Militar de
Engenharia. Ele substituirá o economista Joaquim Levy, que deixou
o cargo no dia 16 de junho. Quando foi convidado, no mês passado, pelo ministro da Economia, Paulo
Guedes, para presidir o banco de fomento, Montezano ocupava a
Secretaria-adjunta da Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e
Mercados. O nome de Montezano
foi aprovado pelo Conselho de Administração do BNDES no dia 3 de julho e, na semana passada, anunciou a
nova
diretoria.
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