Mais de 800 navios que operam no Paraguai foram
contratados por meio de leasing e há companhias de navegação iniciaram
processos de incorporação definitiva e com risco de abandonar a bandeira do
país nos próximos dias. A informação foi dada pelo Paraguay Fluvial.
É o caso da empresa Atria, que já começou a
analisar a possibilidade de trocar de abandonar a bandeira paraguaia e migrar
para a boliviana, o que poderia gerar a perda de mais de 300 postos de trabalho
de forma direta, número que pode ficar ainda maior em função da migração de
outras embarcações a outras bandeiras.
Um dos aspectos que está por trás desta situação está relacionado com a
falta de regulação no segmento. Por isso, o vice-ministro de Transporte do
Paraguai, Pedro Britos, lidera uma mesa técnica formada por representantes de
transportadores navais e estaleiros, do Ministério de Relações Exterior, da
associação de engenheiros navais e de outras câmara de armadores.
Neste contexto, já existe um rascunho do que será o decreto que regulará
a incorporação de embarcações no Paraguai e em que pontos implicitamente estará
definido que as empresas comprem os navios, a partir de um prazo mínimo de
operações em estado de leasing comercial, caso contrário, que se retirem do
país.
Por sua parte, o diretor da companhia de navegação Interbarge, Diego
Azqueta, disse que na Hidrovia Paraguay-Paraná são movimentadas mais de 25
milhões de toneladas de carga e os países devem assegurar ter uma logística
eficiente e uma institucionalidade adequada para o desenvolvimento desta
indústria.
Azqueta adiantou que na região moram cerca de 70 milhões de pessoas que
podem seguir gerando maiores volumes de carga. Por isso, é preciso trabalhar
para otimizar a eficiência da logística para proporcionar a melhora dos custos
do transporte das importações e exportações.
Segundo ele, a indústria gera aproximadamente 7 mil postos de trabalho
de foram direta, que poderia crescer em função da evolução de todo o sistema de
terminais, embarcações e serviços que é o grande espectro que se deve analisar
antes de entrar nas questões específicas.
O
diretor da Interbarge disse ainda que “o momento em que o Paraguai aumentou sua
frota foi graças ao fato de que se tratava de carga cativa do próprio país. No
entanto, hoje esta carga já não é mais apenas do Paraguai, vindo
majoritariamente de outros países da região”.
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