A Fábrica da Aché não será o único empreendimento a movimentar Suape
nos próximos meses. Segundo o Complexo Industrial e Portuário, três
empresas do setor de combustíveis vão ampliar suas capacidades de
armazenamento. São investimentos que somam mais de R$ 450 milhões e
devem gerar mais de 700 empregos durante as obras.
O presidente de Suape, Marcos Baptista, revelou que a ampliação faz
parte dos planos da Pandenor, do Terminal Químico de Aratu (Tequimar) e
sobretudo da Decal. Só esta última deve investir R$ 300 milhões. "A
capacidade de tancagem da Decal é de 156 mil metros cúbicos (m3), mas
vai passar para 436 mil m3", explicou Baptista, contando que esta obra
deve começar ainda neste ano, em dezembro, gerando mais 200 empregos.
A Pandenor, inclusive, já deu início à ampliação. Aplicou
R$ 70 milhões para dobrar a sua capacidade de tancagem, chegando a 120
mil m3 em julho de 2018. Já o Tequimar entrou em contato com a
Secretaria Nacional dos Portos ontem para solicitar a expansão. A ideia é
construir quatro novos tanques, ampliando a capacidade de armazenamento
de 160 mil m3 para 200 mil m3.
O pedido do Tequimar já foi autorizado por Suape. Por isso, a
expectativa é que a resposta do Governo Federal saia ainda neste ano. "A
previsão é iniciar a obra em janeiro de 2018 e concluir no segundo
semestre de 2019", informou Baptista. Ainda segundo Suape, o projeto
deve atrair mais R$ 84 milhões de investimentos, além de 300 empregos de
construção civil, para Pernambuco.
Apesar de serem positivas pela geração de empregos e investimentos,
as novas obras de Suape evidenciam o déficit nacional de combustível
refinado. É que, com as obras da Refinaria Abreu e Lima ainda pela
metade, os tanques construídos em Suape vão receber combustível
importado.
"Há uma demanda grande do mercado nacional por combustíveis
refinados. Mas, por conta do déficit nacional dw refino, as importações
estão crescendo. E o que vem de fora tem necessidade de descarregar em
algum lugar. Então, fica nos tanques até ser distribuído", explicou
Baptista, concluindo que o Brasil precisa ampliar sua capacidade de
refino. "Precisamos lutar pela conclusão do segundo trem da Refinaria",
frisou.
Procurada, a Petrobras disse que ainda busca
parcerias para dar andamento a essa obra. Por enquanto, a companhia
trabalha na conclusão da Unidade de Abatimento de Emissões (Snox), que
deve permitir a operação integral do trem 1 de refino da Refinaria de
Abreu e Lima. A expectativa é de que a obra seja concluída em junho de
2018.
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