Blairo Maggi conheceu as operações da BTP, na Alemoa (Foto: Divulgação) |
Utilizar
sistemas de inteligência para otimizar os processos de liberação de
mercadorias nos portos é o objetivo de uma nova instrução normativa
assinada nesta quarta-feira (25) , pelo ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, em visita ao Porto de Santos.
Além disso, para agilizar a importação de insumos agrícolas, foi criado o
Operador Econômico Aplicado (OEA) Agro, usando como base os requisitos
estipulados pela Organização Mundial das Aduanas (OMA).
Maggi
chegou a Santos nesta quarta-feira (25) e vistoriou as
futuras instalações do Serviço de Vigilância Agropecuária (SVA), na
Cidade. O ministro visitou ainda as instalações na Brasil Terminal
Portuário (BTP) e acompanhou a fiscalização de contêineres armazenados
na unidade (a madeira de sua estrutura tem de ser verificada por agentes
do SVA), especializada na movimentação desses contentores. E, em
seguida, foi ao Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de Santos e Região
(SDAS), onde assinou os novos protocolos.
Segundo
o titular do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), a nova instrução normativa vai propiciar maior agilidade na
atuação da pasta no cais santista. “O meu compromisso é tentar
modernizar cada vez mais (a liberação de cargas), fazer com que se
fiscalize, sim, mas tirando as pessoas, com programas que possam
fazê-lo. É preciso olhar para os processos e ver o que é possível fazer
para ajudar e não para atrapalhar”, afirmou o ministro. “Burocracia é
como unha. Se não cortar e lixar, ela cresce”. Maggi ainda destacou a
necessidade de atender à crescente demanda, mesmo em um período em que
não é possível contratar novos funcionários e há um grande número de
aposentadorias entre os servidores da pasta. “Nós não vamos conseguir
atender a todos com o crescimento que a gente tem e com baixo número de
pessoas que temos. Por isso, investimentos em inteligência”, disse.
Para
o chefe do Serviço de Vigilância Agropecuária do Porto de Santos, André
Minoru Okubo, com o novo instrumento normativo, os técnicos poderão
utilizar ferramentas de gestão de risco. Antes, a legislação não
permitia a prática nos portos. “Isso
vai promover um ganho para o Porto em termos de agilidade, no sentido
de uma intervenção menor nas cargas do que é feito hoje em dia. O
Ministério da Agricultura, na condição de órgão anuente, atua muito
fisicamente, no posicionamento do contêiner, deslocamento de carga. E um
dos objetivos dessa instrução normativa é diminuir essa intervenção e
melhorar um pouco a fluidez, aumentando ou mantendo os controles que
hoje são executados”, explicou Okubo.
Em
um primeiro momento, os processos de gestão de risco serão utilizados
principalmente nas importações. “Os tempos de performance do Vigiagro,
hoje, são muito baixos. Os processos demoram poucas horas, entre
vistorias e liberação. O grande problema é a base de intervenção, que
tende a diminuir. Esse é o desafio maior do que o tempo”, afirmou o
chefe do Vigiagro no Porto.
O
Mapa ainda implantou nesta quarta-feira (25) o OEA Agro, voltado
exclusivamente para a importação de insumos agrícolas. O objetivo do
programa é desburocratizar as fiscalizações, otimizando a atuação dos
servidores da pasta e reduzindo o custo operacional para os produtores.
OEA
tem como foco facilitar a integração comercial entre 68 países mais a
União Europeia. O certificado é emitido às entidades que atendem aos
requisitos estipulados pela Organização Mundial das Aduanas, sendo
considerados seguros. No Brasil, a Receita Federal é a responsável pela
certificação e, agora, o Mapa também destacará empresas confiáveis.
De
acordo com a diretora-executiva do Sindicato Nacional da Indútria de
Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg), Silva Toledo Fagnani, a
grande vantagem de ter a certificação OEA é a redução da burocracia. “Essas
empresas conseguiam a liberação na Receita, mas não conseguiam na
Agricultura. Elas tinham a liberação e toda a padronização de operação
na Receita, mas ficavam dois ou três dias paradas aqui, o que gerava um
custo e limitava os estoques. Com OEA no Ministério da Agricultura, a
carga de defensivos dessas empresas consideradas credenciadas já são
liberadas e são fiscalizadas na fábrica depois. Não existe perda de
confiabilidade no processo porque elas têm ritual mais complexo para
cumprir, mas não se perde tempo no Porto”, destacou a executiva.
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