O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e
Offshore (Sinaval) defende 40% de índice de conteúdo local em
plataformas. A avaliação é que o percentual é atingível e permitiria
maior participação da indústria nacional em projetos de novas unidades
de produção. Para o sindicato, a redução do índice global de 65% para
25% proposta na minuta de resolução que tramita na Agência Nacional de
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), permite às operadoras
cumpri-lo, por exemplo, somente com itens da área de subsea. O maior desafio é convencer as operadoras que é possível construir cascos no Brasil com preços e prazos competitivos.
O
Sinaval considera o percentual intermediário viável para se chegar a um
acordo com demais agentes do setor. “Conversamos com alguns atores e
chegamos a 40%. O que falta para fechar esse número são alguns setores
que não acham ser possível construir cascos no Brasil e nós achamos que é
possível”, contou o vice-presidente do Sinaval, Sérgio Bacci, que
esteve presente à audiência pública sobre conteúdo local nesta
terça-feira (3), no Rio de Janeiro.
Para ele, o problema não está
na indústria, e sim no governo. “Querer culpar a indústria por ser mais
caro é errado. Se nos derem escala, passamos a ser competitivos e
entregar com prazos bastante razoáveis”, ponderou. Bacci acredita que,
com políticas de incentivo adequadas, futuramente é possível ser
produtivo e ter preços mais competitivos, aproximadamente 20% mais caros
em relação à China.
O vice-presidente do Sinaval deu o exemplo
da construção de barcos de apoio marítimo no Brasil, que ganhou escala
nos últimos 20 anos, permitindo aos estaleiros nacionais oferecerem
preços, prazos e qualidade mais competitivos. O sindicato reconhece que o
conteúdo local precisava de ajustes e considera importante chegar num
percentual que seja bom para operadores destravarem investimentos, para
indústria nacional ter demanda e para o governo gerar receita, renda e
empregos.
Em 2013, o Sinaval mandou carta à ANP apontando
necessidade de ajustes no conteúdo local, pois os números estavam
excessivos e as empresas não conseguiam atendê-los. “Foi empurrado com a
barriga e agora se percebeu que isso precisa ser mexido. Mas não dá pra
trazer de 65% para 25%. Esses 25% são atendidos somente com subsea.
E a indústria que fornece equipamentos e materiais e a indústria naval
que constrói, não vão ter nada? Para nós 40% é o número viável”,
defendeu.
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