O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho negou nesta terça-feira (3)
que o governo pretenda propor a privatização da Petrobras. De acordo com
o ministro, tal possibilidade está fora de cogitação, e a prioridade é
trabalhar na modelagem da privatização da Eletrobras e suas
subsidiárias.
"Nosso foco é a Eletrobras. Não estamos tratando
disso [privatização da Petrobras]", disse Fernando Coelho Filho após
participar, no Senado Federal, de audiência sobre as medidas provisórias
(MPs) 789/17, 790/17 e 791/17, que tratam de mudanças no Código de
Mineração.
O ministro fez a afirmação após ter dito, em
entrevista na noite anterior, que a privatização da petroleira “poderia
ocorrer”. Segundo Fernando Coelho Filho, tal afirmação referia-se à
possibilidade de o tema entrar no debate das eleições de 2018.
“Realmente, eu disse que a privatização da Petrobras poderia até
acontecer no futuro porque o convidado sugeriu que deveria ser um debate
para as eleições de 2018”, explicou.
De acordo com o ministro, a
modelagem final para a privatização da Eletrobras deve ser finalizada
até o fim desta semana. “Vamos levar a modelagem ao presidente Michel
Temer até o fim da próxima semana, no máximo, no início da semana
seguinte, para trazê-la ao Congresso ainda em outubro.”
Durante
a audiência, Fernando Coelho Filho defendeu mudanças na área da
mineração, com o argumento de que as medidas previstas vão destravar os
investimentos no setor. Entre as alterações está o escalonamento
das alíquotas da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos
Minerais (Cfem), o royalty cobrado das empresas que atuam no setor.
A MP 789 estabelece que as alíquotas terão variação entre 0,2% e 4%,
dependendo do tipo de minério e, em alguns casos, da cotação no mercado
internacional. Presentes à audiência, os governadores do Pará,
Simão Jatene, e de Minas Gerais, Fernando Pimentel, estados com maior
atividade no setor, manifestaram-se contra o escalonamento. Ambos
defenderam a unificação da alíquota em 4%. “Acho que isso é o mais urgente: uma Cfem que de fato remunere e dê certo conforto a estados e municípios”, disse Pimentel.
O
ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, mostrou-se preocupado com a
proteção do meio ambiente e propôs alterações no texto das medidas para
prever punições mais rigorosas para as empresas que desrespeitarem a
lei. “Depois do que aconteceu em Mariana, temos que tomar
cuidados redobrados. Se essa MP for aprovada como está, sem acréscimo de
garantias socioambientais, é possível que tragédias como essa se
repitam”, alertou o ministro.
Em 2015, o rompimento de uma
barragem da Samarco, no município mineiro de Mariana, liberou mais de 60
milhões de metros cúbicos (m³) de rejeitos de mineração, devastando a
vegetação nativa e poluindo a Bacia do Rio Doce. A tragédia matou 19 pessoas e destruiu casas na cidade de Mariana, levando destruição até o estado do Espírito Santo.
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