A abertura de uma passagem para carros e
caminhões sobre a linha ferroviária localizada ao lado do Distrito
Industrial e Portuário da Alemoa, em Santos, como um segundo acesso
rodoviário à região a ser usado em situações de emergência, foi
considerada viável e será apoiada pelo Governo do Estado. A posição é do
secretário estadual de Logística e Transportes, Laurence Casagrande
Lourenço. A obra é
vista por empresários do setor como uma alternativa necessária, uma vez
que, atualmente, a região da Alemoa, na retroárea do Porto de Santos,
conta com apenas um acesso rodoviário.
O
projeto foi debatido pelo executivo na semana passada , na
sede da Secretaria, na Capital, onde recebeu diretores da Associação das
Empresas do Distrito Industrial e Portuário da Alemoa (AMA) e do
Departamento de Estradas de Rodagem (DER, do Governo do Estado). Um
próximo encontro ainda vai acontecer, desta vez, com representantes da
Prefeitura de Santos e a da concessionária ferroviária responsável pela
linha, a MRS.
De
acordo com o presidente da AMA, João Maria Menano, atualmente há um
projeto conceitual da passagem , elaborado pela associação em 2004 e que
pode sofrer alterações, caso as partes envolvidas defendam mudanças. “Protocolamos
na Prefeitura e na Dersa (empresa controlada pela Secretaria Estadual
de Logística e Transportes) a nossa proposta de transposição ferroviária
e a Dersa nos convidou para uma reunião, onde eles mostraram o plano da
nova entrada de Santos na altura do Saboó e apoiaram a nossa posição de
duas transposições e até passarelas para pedestres na região da Alemoa,
entre o Saboó e o Lixão, na divisa de Santos e Cubatão”, disse o
empresário.
A ideia,
segundo Menano, é garantir um acesso emergencial, a ser utilizado para a
passagem de ambulâncias, viaturas do Corpo de Bombeiros ou ainda quando
houver alguma interdição no Viaduto da Alemoa, que é o único acesso
àquela região do Porto. “A
Alemoa não tem saída e a gente depende exclusivamente da parte
rodoviária daquele viaduto. A Alemoa fica represada entre o estuário e a
linha férrea. O que a gente pede, uma vez que vai ter esse novo acesso à
Margem Direita no Saboó, é que a Alemoa tenha uma transposição
ferroviária que ficará fechada, mas com a chave na mão do pessoal da
linha férrea só para emergências. É uma coisa bem simples em nível de
solo, bem simples”, explicou o executivo.
O
vice-presidente da Associação Brasileira de Terminais de Granéis
Líquidos (ABTL), Mike Sealy, também participou do encontro com o
secretário Lourenço. Segundo ele, a proposta apresentada pelos terminais
da Alemoa é muito importante sob o ponto de vista da segurança das
instalações e, principalmente, dos trabalhadores. “Esse acesso
controlado por cima da linha férrea possibilitará a evacuação da área em
casos emergenciais. É um escape de segurança”, explicou.
Segundo
o presidente da AMA, o conjunto de ações previstas para melhorar o
acesso à Alemoa também prevê a construção de, ao menos, duas passarelas
para pedestres na região. “As passarelas seriam incluídas no projeto
como uma contrapartida para a ferrovia. Seria interessante para eles (os
responsáveis pela linha férrea). Eles dariam a transposição de veículos
em nível de solo para só serem abertas em emergências. E com as
passarelas, eles deixariam de ter pessoas atravessando a linha férrea”.
Com
o apoio do Estado, a AMA aguarda o agendamento de um novo encontro.
Desta vez, ele será realizado com representantes da Prefeitura de
Santos, do DER, da Dersa e da MRS Logística. “Eles (o Estado) se
propuseram a intermediar e incluir a Prefeitura e o pessoal das linhas
férreas na discussão. As ideias pareceram todas convergentes”, destacou
Menano.
A Secretaria Estadual de Transportes e Logística destacou, em nota, que
a proposta apresentada resolve o conflito de transposição das vias
férrea e rodoviária na Alemoa. “Com o apoio do Governo do Estado,
engenheiros do DER e da Dersa estudarão a viabilidade técnica da
intervenção em parceria com os empresários e, depois, conduzirão
entendimentos com outros envolvidos, Prefeitura, ANTT (Agência Nacional
de Transportes Terrestres), Artesp e concessionárias, no sentido de
garantir a implantação, que será custeada pelos empresários que atuam na
Alemoa”, relatou o órgão.
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