A Prefeitura de Guarujá mapeou os riscos de acidentes na cidade e
dividiu as ameaças em duas frentes: as ocorrências tecnológicas, que
envolvem a atividade portuária, e as geológicas, que incluem desastres
naturais, principalmente em áreas de morros. Esta análise deu origem ao
Plano Municipal de Contingência (Plancon), lançado na última
segunda-feira (9). Agora, a Defesa Civil dará início ao processo de
conscientização da população sobre esses riscos.
O Plancon envolve todas as secretarias municipais, além da Defesa
Civil, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e das empresas que
atuam na Margem Esquerda do Porto de Santos, por meio do Plano de
Auxílio Mútuo (PAM) de Guarujá.
“O plano visa agregar todas as forças da Cidade, do terceiro setor,
empresas e poder público, de forma que, no caso de uma grande
emergência, nós possamos atuar na mitigação dos efeitos danosos desse
acidente, minimizar os danos às pessoas e, depois, trabalhar na
recuperação das áreas afetadas. Acima de tudo, o objetivo maior é
trabalhar na prevenção”, destacou o diretor da Defesa Civil, Carlos
Smicelato.
Segundo o executivo, nos últimos anos, houve diversos acidentes
envolvendo as características geológicas da Cidade, como deslizamentos
de morros. Além disso, a participação na movimentação de cargas no maior
porto da América Latina também é uma ameaça constante, como ocorreu em
2015, no incêndio no terminal retroportuário da Localfrio.
Por conta disso, o Plancon dividiu as ameaças tecnológi-cas em três
níveis. O primeiro é quando há um incidente em uma empresa e o entorno
não é afetado. “Nesse caso, o município, através da Defesa Civil, faz
apoio à empresa no que for necessário para conter o elemento que está
oferecendo risco”.
No segundo nível, o acidente provoca consequências em até 200 metros
no entorno da instalação portuária. Já no terceiro, esse raio é maior.
“Quando o risco ultrapassar 200 metros, a empresa é responsável por
oferecer informações sobre qual deve ser a área de evacuação”, destacou
Smicelato.
O responsável pela Defesa Civil explicou ainda que escolas, centros
de saúde e até cruzamentos de ruas servirão como ponto de encontro em
caso de evacuação após um acidente no Porto. “Para a região portuária,
nós vamos iniciar um trabalho para fazer o mecanismo de acionamento no
caso de uma grande emergência, quando há a necessidade de evacuar uma
comunidade. Ela vai se deslocar para um ponto de encontro previsto no
plano de contingência e, lá, será feito um remanejamento de pessoas para
abrigamento e local seguro”, explicou.
Agora, a partir da assinatura do Plancon, será iniciado o trabalho de
prevenção com a comunidade. A ideia é fazer com que a população aprenda
a reconhecer uma área de risco no morro, que ele pode vir a ser afetado
por um deslizamento, ou ainda reconheça alguns sinais que podem indicar
riscos à na atividade portuária.
“Guarujá é uma ilha cercada por rios, oceano, morros, uma grande
precipitação pluviométrica. A geografia, as condições em que uma grande
massa da população vive nos tornam muito mais responsáveis, para que nós
estejamos preparados para qualquer evento da natureza que venha a
colocar em risco as vidas humanas e a cidade como um todo”, destacou o
prefeito Válter Suman.
Para o secretário municipal de Defesa e Convivência Social, Luiz
Claudio Venâncio Alves, o Plancon pode ser utilizado até em casos de
acidentes em municípios vizinhos. “É importante salientar que o Plano de
Contingência de Guarujá é uma vanguarda. Todas as cidades estão
sujeitas a catástrofes naturais, desastres provocados pelo ser humano. O
importante é a cidade ser resiliente, estar preparada para fazer frente
às necessidades”, afirmou.
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