A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) monitora o
desenvolvimento das árvores em áreas de mangues localizadas no entorno
dos Portos de Paranaguá e Antonina e, também, os processos erosivos
nestas áreas. O trabalho é desenvolvido por meio do Programa de
Monitoramento dos Manguezais, criado no ano passado, que totaliza seis
campanhas amostrais.
A cada três meses equipes de biólogos que atuam na Diretoria de Meio
Ambiente da Appa vão a campo para fazer a medição das espécies nos
manguezais. “O monitoramento da fitossociologia, que consiste no
acompanhamento do estado de conservação dos bosques de mangue e dos
processos erosivos da linha de costa, é realizado nos mangues das
regiões do Rocio, Oceania, Amparo, Piaçaguera, Maciel e Ilha do Mel”,
explica o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino.
O trabalho de análise morfológica consiste em marcar as árvores e
acompanhar o seu desenvolvimento, crescimento e diâmetro. Os técnicos
também avaliam impactos naturais como a ação das correntes marítimas e
outros decorrentes da interferência humana.
São monitoradas 385 árvores das espécies mangue-vermelho (Rhizophora
mangle), mangue-negro (Avicennia schaueriana) e mangue-branco
(Laguncularia racemosa), todas tradicionais da região e muito
importantes para a sobrevivência dos manguezais.
Já o monitoramento dos processos erosivos por observação analisa se há
saída (erosão) ou chegada (sedimentação) de sedimentos, fenômenos que
ocorrem naturalmente no ambiente, mas que podem ser intensificados
devido a interferências humanas.
O diretor de Meio Ambiente da Appa, Bruno da Silveira Guimarães, destaca
que, paralelamente ao monitoramento, os portos do Paraná promovem
mutirões de limpeza dos manguezais. “Promovemos oito mutirões de
limpeza, com a mobilização de aproximadamente 150 participantes, que
resultaram na retirada de uma tonelada de resíduos dos manguezais”,
disse Bruno.
Os manguezais são ecossistemas típicos de
regiões tropicais litorâneas. O solo desses locais é geralmente
lamacento, semelhante à configuração pantanosa, rico em matéria
orgânica, servindo de substrato para o desenvolvimento de vegetações
específicas, tolerantes à salinidade, com raízes respiratórias
responsáveis pela captação de oxigênio e formas que permitem a fixação
do vegetal.
Estes locais são considerados berços de reprodução de espécies da fauna
marinha, pois a vegetação do mangue, com raízes longas, proporciona
abrigo, alimento e suaviza o movimento das águas. “Além do monitoramento, estamos trabalhando com programas de educação
ambiental para conscientizar a comunidade sobre o papel das áreas de
mangue para a conservação da riqueza biológica dos ecossistemas
costeiros”, disse Dividino.
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