A experiência regulatória de portos internacionais foi o tema que
marcou o 4º Encontro anual da Associação de Terminais Portuários
Privados (ATP) nesta semana, em Brasília. Cerca de 200 pessoas
assistiram às exposições de três executivos de portos internacionais
sobre o tema. Foram eles: Paul Davey - chefe de Assuntos Corporativos da
Hutchison Port Limited; Mike Sealy - gerente-geral da Stolthaven
Terminals e Otto C. Bottger - gerente comercial da DP World. O debate
foi mediado pelo diretor-geral da ANTAQ, Adalberto Tokarski.
O primeiro expositor, Mike Sealy, falou sobre a regulação portuária
americana e equiparou a situação jurídica entre Brasil e EUA. Sobre a
constante discussão acerca da desburocratização do setor, ele foi
taxativo: “Precisamos ser mais rápidos”. E avaliou que é necessária a
diminuição do custo Brasil além da descentralização do poder para que o
país cresça mais rápido no setor.
Já o representante da Hutchison Port Limited, Paul Davey, destacou a
produtividade de seu porto no Reino Unido que é privado desde o início
de suas atividades no país. O gerente comercial da DP World, Otto C.
Bottger, falou sobre sua experiência em 25 anos na área em diversos
portos e concluiu dizendo que o melhor regulador é o próprio mercado.
Aos questionamentos de executivos do setor sobre a dificuldade em
dialogar com o governo por causa da constante troca dos cargos, o
diretor da ANTAQ, Adalberto Tokarski, respondeu com otimismo. “Tivemos
cinco trocas em quatro anos e, embora isso atrapalhe o diálogo, a
situação hoje está melhor do que alguns anos atrás”, avaliou.
Para o diretor-presidente da ATP, almirante Murillo Barbosa, o debate
foi oportuno por conta das recentes mudanças no marco regulatório.
“Trouxemos pessoas de fora que trabalham com regulação há muito mais
tempo que o Brasil para dizer como ocorre lá fora. Sem dúvida foi
extremamente positivo. Vimos posições diferentes, mas também a
coexistência de diversos modelos portuários, com destaque para a
competitividade dos Terminais Portuários Privados (TUPs); a
diferenciação regulatória e uma série de coisas que defendemos há muito
tempo. Sob essa perspectiva, o 4º Encontro ATP conseguiu cumprir seu
objetivo”, avaliou o Barbosa.
A presidente do Conselho Diretor da ATP, Patrícia Lascosque,
diretora-superintendente do Portocel, disse estar satisfeita com o saldo
do evento. “Estamos construindo uma entidade que vai servir não apenas
aos terminais portuários privados, mas a todo o Brasil”, disse. Para a
presidente a ATP trabalha comprometida com a formação das políticas
públicas para o setor portuário e para desenvolvimento do comércio
exterior brasileiro. Um dos pilares da associação é a manutenção de uma
interface transparente e respeitosa junto à Administração Pública, na
construção de soluções e resultados satisfatórios. Nosso maior objetivo,
completa a presidente, é “elevar os indicadores econômicos e sociais do
Brasil a padrões que refletem o que somos – uma sociedade proativa,
produtiva e empreendedora”.
As diferentes experiências apresentadas ao longo do evento (América do
Norte, Latina e Europa), de fato, mostram uma convergência na solução
para competitividade do país através de políticas públicas pautadas na
segurança jurídica, na liberdade de empreender e em menos burocracia.
“Nós tivemos o privilégio de participar dos quatro encontros e
percebemos o amadurecimento que acontece a cada ano. O tema foi muito
importante porque hoje o Brasil vive uma grande necessidade de
regulação. Isso se aplica tanto ao setor aquaviário quanto os demais
setores da economia nacional. O país precisa de agências de estado que
regulem os serviços que são prestados para a sociedade até mesmo em
defesa dessa sociedade.” Tiago Lima/Instituto Brasil Logística (IBL).
“Encontros como esse devem acontecer sempre. Quero dar os parabéns às
autoridades que estiveram presentes, porque nós promovemos o Encontro
para eles escutem a mensagem que o setor privado precisa passar: Afinal,
acreditamos no Brasil, injetamos dinheiro e investimos pesado no país.”
Patrício Júnior/ Porto Pontal. “O evento foi muito interessante, contou com a presença de um público
seleto tanto da administração pública quanto da iniciativa privada.
Acredito que daqui pra frente podemos começar a discutir os problemas de
logística que o Brasil tem.” Ricardo Machado/Boskalis - patrocinador
prata do 4º Encontro ATP.
“O Evento foi bem organizado e o público muito bem selecionado. Tivemos a
presença maciça tanto do poder público quanto da iniciativa privada. O
tema foi bastante pertinente e interessante. Saímos daqui um pouco
maiores do que chegamos com a troca de experiência e principalmente com o
debate, que foi maduro, espontâneo, que nos leva a melhorar, a refletir
e, ao fim, fazer desse país melhor, favorável ao investimento. A ATP
está de parabéns.” Mario Povia/ANTAQ.
“Para nós é motivo de orgulho participar com a ATP desse momento de
confraternização. As discussões foram muito produtivas. A própria ANTAQ
necessita desse nível de discussão. Toda a logística envolvida nesse
setor ganhou com isso.” Francisval Mendes/ANTAQ “Tive a oportunidade de estar nos quatro eventos e acompanhar o
trabalho da ATP, que vem sendo extremamente importante, principalmente,
porque ela nasceu com a alteração do marco regulatório onde houve uma
oportunidade e privilégio não no sentido de diferenciação, mas de
liberdade de investimento. Os terminais privados souberam aproveitar,
investiram, foram uma opção importante e a tendência é esse processo
continuar.” Aloísio Sobreira/AEB
“Tivemos a oportunidade de entender alguns modelos de marcos
regulatórios diferentes dos aplicados no Brasil e quiçá possamos usá-los
como exemplo. Ficou claro que fora do Brasil existe restrições e
dificuldades que já enfrentamos aqui, principalmente no tocante a
acessibilidade dos terminais, assim como licenciamentos e demais
necessidades junto aos órgãos reguladores.” Cássio Schreiner/Porto
Itapoá
“Todo ano a ATP tem crescido e ganhado amadurecimento no mercado. É
uma entidade bastante nova, mas muito representativa economicamente, em
termos de qualidade e competitividade. A diretoria está de parabéns pela
qualidade do evento e dos palestrantes que vieram esse ano. Acredito
que agora estejamos em um momento de crescimento, buscando novos
parceiros, novos associados e novos terminais estão em operação. A
associação está evoluindo muito bem, melhor do que o esperado.” Ricardo
Salcedo/Porto Pontal
“A ATP sempre faz gol. Em todos os encontros a gente adquire mais
conhecimento e esse trata exatamente da questão regulatória no mundo.
Foi muito interessante conhecer outros tipos de regulação além da
brasileira.” Auxiliadora Borges/ANTAQ
“Foi muito importante mostrar para o órgão regulador brasileiro a
importância da necessidade de cuidar e entender esse papel da
diferenciação regulatória. A ANTAQ teve a possibilidade de ver diversos
exemplos e dali tirar suas conclusões. Como sempre o evento foi bastante
elucidativo e permitiu que a gente realmente trouxesse ao debate
diversos temas que são controvertidos, mas que lá fora já estão
totalmente solucionados.” Fábio Moya/Porto Itapoá.
“Ao longo do tempo os encontros vão ficando cada vez melhores e isso
se reflete, inclusive, nas empresas que estão patrocinando. É visível o
crescimento dos nossos patrocinadores, cada vez empresas maiores. O
número dos nossos associados cada vez crescendo, e uma grande
participação de todo setor público, de muitas empresas fornecedoras, é
um evento que já se tornou referência no nosso setor.” Caio Cunha/Porto
do Açu.
“Esse fórum da ATP mostra exatamente a vanguarda que a associação
tenta demonstrar buscando experiências internacionais para aplicar na
nossa regulação, onde estamos amadurecendo e buscando desburocratizar,
acertar o diálogo com os terminais. Representa um alerta para as entidades. Que possamos seguir, prosperar
e crescer com o Brasil.” Giovanni Cavalcanti/ Transpetro.
“Fiquei muito satisfeito com a realização do encontro esse ano. A
exemplo de anos anteriores a ATP se supera. Gostei muito das palestras
apresentadas, um tema importantíssimo para nós: o regulatório e a
exibição do que é um terminal privado no mundo mostrando que é uma
realidade mundial, e que a liberação das amarras regulatórias é
imprescindível para o crescimento do país e do setor.” Ulisses
Oliveira/Porto Sudeste.
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