A cessão definitiva do terreno na Alemoa, no Porto de Santos, onde
será implantado um pátio para o estacionamento de caminhões, depende da
aprovação da Advocacia Geral da União (AGU). A informação é da
Secretaria de Patrimônio da União (SPU), que aguarda este aval para a
assinatura do contrato com a Companhia Docas do Estado de São Paulo
(Codesp), a estatal que administra o Porto de Santos.
A área em questão pertencia à antiga Rede Ferroviária Federal S.A.
(RFFSA) e tem 226,7 mil metros quadrados. Ela está localizada na Avenida
Engenheiro Augusto Barata (o Retão da Alemoa), nas proximidades da
Brasil Terminal Portuário (BTP).
A implantação do estacionamento, que será chamado de Área de Apoio
Logístico Portuário (AALP), é aguardada por caminhoneiros que atuam no
Porto de Santos. A expectativa desses profissionais é de que 800 vagas
sejam abertas no local.
Este pátio poderá eliminar um problema enfrentado constantemente
pelos caminhoneiros, a falta de locais para estacionamento. Além disso,
organizar e coordenar o acesso de caminhões que transportam contêineres
vazios no Porto já foram destacados como metas da Docas para o local.
A ideia é manter os caminhões no estacionamento até o momento de eles
irem buscar e transportar as caixas metálicas. Mas, para isso, ainda é
necessário garantir as vagas de parada dos veículos.
Após a cessão da área, será necessária a elaboração do
projeto-executivo do estacionamento. A expectativa é que isso aconteça
ainda neste ano. Além de um projeto funcional, serão feitos um termo de
referência e uma planilha orçamentária para o custeio da obra. Tudo isso
é necessário para a contratação de estudos mais detalhados para o
empreendimento.
Segundo a SPU, o prazo para a implantação do estacionamento naquela
área é de três anos. O local poderá receber outras benfeitorias para o
atendimento aos caminhoneiros, como uma central de fretes. Parte da área
também poderá ser usada para atividades auxiliares à operação
portuária, como armazenagem de contêineres e operação ferroviária.
Está prevista, ainda, a instalação de escâneres da Receita Federal e
postos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Guarda
Portuária no local. A Codesp será responsável pela adequação do sistema
viário para acesso ao pátio, assim como pela subestação elétrica e por
sanitários.
Trâmite
Em junho do ano passado, a SPU publicou uma portaria que autorizava a
cessão do uso daquela área pela Codesp. Na ocasião, a Docas afirmou que
daria início ao processo de licenciamento ambiental para desenvolver o
projeto.
No entanto, ainda são necessárias algumas etapas para que o pátio
vire uma realidade. Entre elas, estão os trâmites administrativos que
darão origem à formalização da cessão da área. A partir daí, serão
iniciados o processo e os estudos para a obtenção de autorizações
ambientais.
Procurada, a Autoridade Portuária informou, através de sua assessoria
de imprensa, que a cessão da área vem tramitando em três etapas, com
publicação de atos do SPU.
“A primeira portaria autorizou a cessão, a segunda autorizou a
inexigibilidade de licitação e, agora, a Codesp aguarda manifestação do
SPU para consolidar a cessão, com assinatura do contrato e publicação de
mais uma portaria no DOU (Diário Oficial da União)”, informou a Codesp.
A Docas destacou ainda que a AALP contará com o estacionamento de
caminhões e um terminal intermodal rodoferroviário, compatibilizados aos
projetos dos novos acessos viários da entrada de Santos e do Porto, a
serem feitos através de uma parceria entre a Prefeitura de Santos, a
União e o Governo do Estado.
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