As obras de dragagem de aprofundamento do Porto de Paranaguá (PR) estão
completando 15 dias e os trabalhos estão focados, nesta primeira fase,
na retirada de sedimentos da entrada do Canal da Galheta, canal que dá
acesso aos portos paranaenses. Ao todo, já foram retiradas 700 mil
metros cúbicos de sedimentos da chamada área Alfa, a primeira das três
áreas que serão dragadas em Paranaguá.
Com a dragagem, o Canal da Galheta passará a ter 16 metros de
profundidade, um a mais do que a profundidade atual. Já a bacia de
evolução do Canal ganhará mais dois metros de profundidade, passando de
12 para 14 metros. As áreas intermediárias, localizadas entre o Canal da
Galheta e a bacia de evolução, passarão a ter entre 14 e 15 metros de
profundidade.
Para o secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, esta
obra de dragagem consolidará em definitivo o Porto de Paranaguá como o
porto concentrador de cargas do Atlântico Sul. “Reconhecemos o esforço
do Ministro dos Transportes Maurício Quintella na destinação destes
recursos do Governo Federal aos Portos do Paraná e que há 22 anos não
recebiam investimentos federais”, declarou Richa Filho.
O diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e
Antonina, Luiz Henrique Dividino, explica que a dragagem ocorrerá em
três áreas que permitem o acesso de navios numa extensão de,
aproximadamente, 45 quilômetros. “Ao todo, serão dragados 14,2 milhões de metros cúbicos de areia,
quantidade suficiente para encher 15 estádios de futebol como o
Maracanã”, conta Dividino. Todo o processo de obtenção do licenciamento
ambiental junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis foi conduzido pela Administração dos Portos de
Paranaguá e Antonina (Appa).
Até a segunda quinzena de março será concluída a primeira etapa da
dragagem, que teve início no dia 13 de fevereiro. A próxima área a ser
dragada é a Bravo 1, setor mais interno do canal da galheta e que fica
localizado entre a Ilha do Mel e Pontal do Sul. Após a dragagem, a área
Alfa passará a ter 16 metros de profundidade e a área Bravo 1 terá 15
metros de profundidade.
Duas dragas autotransportadoras do tipo Hopper estão
trabalhando na dragagem de aprofundamento do Porto de Paranaguá. Este
tipo de embarcação agiliza os trabalhos, já que as dragas possuem
compartimentos internos (cisternas) onde são armazenados os sedimentos
dragados.
“Por se tratar de embarcação de grande porte, dispensa a montagem de
canteiro, uma vez que possui em seu interior todas as acomodações
necessárias à manutenção da tripulação, durante o período de execução da
obra”, explica Dividino. A dragagem é feita por bomba de sucção acoplada a uma lança fixada na
embarcação. A operação é realizada com a embarcação em movimento e em
baixa velocidade, através do arraste da boca de sucção junto ao fundo,
removendo o material em sucessivas camadas.
Após o total enchimento da cisterna, a draga recolhe suas lanças e se
dirige à área de despejo do material dragado, licenciada pelo IBAMA em
alto-mar e que fica localizada há cerca de 20 quilômetros da Ilha do
Mel. Só após o descarregamento dos sedimentos dragados o navio retorna
ao local da obra para início de um novo ciclo de trabalho.
Aumento da produtividade - Com o aumento da profundidade em 1,5 metro
nos berços, cada navio que atraca no Porto de Paranaguá poderá embarcar
até 10,5 mil toneladas a mais. Isso representa um aumento mensal, apenas
no Corredor de Exportação, de 315 mil toneladas de grãos. Já no
Terminal de Contêineres, onde os berços ganharão mais 1,5 metro de
profundidade, o ganho será na possibilidade de carregar até 1.050
contêineres por navio.
O assoreamento dos canais de navegação é um fenômeno natural
de recomposição dos materiais no fundo dos canais. O Canal de Galheta,
que dá acesso aos Portos do Paraná, é artificial e foi aberto na década
de 1970, o que possibilitou ao Porto de Paranaguá se posicionar como o
segundo maior porto público da América Latina e uma das maiores
plataformas de exportação de grãos do mundo.
Há 20 anos o Porto de Paranaguá não passava por dragagem de
aprofundamento. A obra que está sendo executada foi contratada pelo
Ministério dos Transportes e está sendo feita pela empresa DTA
Engenharia, vencedora da licitação. O investimento é de R$394 milhões e o
prazo de execução é de 11 meses.
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