As declarações foram divulgadas nesta noite pela PF e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), após encontro do secretário-executivo da pasta, Eumar Roberto Novacki, com o diretor-geral da corporação, Leandro Daiello. O foco da operação, segundo os órgãos, é a eventual prática de crimes de corrupção por agendes públicos.
“O sistema de inspeção federal brasileiro já foi auditado por vários países que atestaram sua qualidade. O SIF [Serviço de Inspeção Federal] garante produtos de qualidade ao consumidor brasileiro”, afirmaram a PF e o ministério em nota conjunta.
Ao
dar detalhes das investigações, na última sexta-feira, a PF informou
que essa é, em números, a maior operação já realizada no país. Cerca de
1.100 agentes federais cumpriram 309 mandados judiciais em sete estados,
para buscas e prisões temporárias de suspeitos de fazer parte do
esquema. Segundo a investigação, frigoríficos envolvidos “maquiavam”
carnes vencidas com ácido ascórbico e subornavam fiscais federais para
que eles autorizassem a comercialização de produtos já impróprios para
consumo..
Desde a
deflagração da Carne Fraca, o governo federal reagiu argumentando que as
fraudes representam um “fato isolado” e que a inspeção brasileira é
“forte, robusta e séria”. Em um gesto para mostrar que não há
preocupações generalizadas, o presidente Michel Temer se reuniu com
embaixadores estrangeiros em uma churrascaria, no último domingo (19),
após apresentar números de que a operação atingiu apenas 33 dos 11 mil
funcionários do Ministério da Agricultura.Na tarde desta terça-feira (21), a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) também fez críticas à operação. De acordo com a entidade, as afirmações sobre “dano agudo à saúde pública” que vieram à tona nos últimos dias “não se encontram lastreadas pelo trabalho científico” dos peritos da corporação.
“A atuação adequada dos peritos criminais federais nas demais etapas do procedimento investigatório, e não apenas no seu início e na sua deflagração, teria propiciado a correta interpretação dos dados técnicos em apuração, assim como a definição dos procedimentos técnico-científicos necessários para a materialização de crimes de fraude alimentar eventualmente cometidos pelas indústrias sob suspeição. Além disso, sem sombra de dúvida, teria poupado o país de tão graves prejuízos comerciais e econômicos”, disse a APCF.
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