A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) aumentou o
calado máximo (a profundidade máxima que uma embarcação pode atingir) na
parte mais rasa do trecho 4 do canal de navegação do Porto de Santos.
Trata-se do local onde estão os terminais de líquidos do cais santista.
Agora, a partir das instalações da Brasil Terminal Portuário (BTP) até o
Canal de Piaçaguera, navios com até 12,2 metros de calado poderão
trafegar em segurança em condições normais de maré.
O conceito de calado está relacionado à segurança da navegação. Para
não haver o risco de as embarcações rasparem o fundo do casco no leito
do canal, podendo bater em uma rocha ou objeto (e até naufragar), elas
devem manter uma distância segura dele. Para isso, é definido um limite
da profundidade a ser atingida por seu casco (especificamente, sua
quilha). Essa dimensão, que acaba sendo a altura da parte do casco que
permanece submersa, é o calado do navio.
Essa distância, portanto, depende da profundidade do trecho do canal,
medida pela batimetria (levantamento dessa fundura). A verificação é
feita pela Docas, que entrega os resultados obtidos à Capitania dos
Portos de São Paulo (CPSP), que sugere a referência de navegação. De
acordo com o capitão-de-mar-e-guerra Alberto José Pinheiro de Carvalho,
que é o comandante da Autoridade Marítima, analisar esses números é uma
das prioridades do órgão.
“Assim que chega, nós marcamos uma reunião, analisamos e depois
chamamos a Codesp e a Praticagem (entidade que reúne os práticos,
profissionais que orientam a navegação dos navios no estuário) para
sugerirmos o calado”, explicou o oficial.
Ao analisar os resultados da última batimetria, segundo o comandante,
foi possível sugerir um aumento do calado em apenas uma subdivisão de
trecho do canal. Esta área é a que tem a menor profundidade e,
consequentemente, o menor calado do complexo.
Trata-se da região entre a BTP e o Canal de Piaçaguera. Até então,
navios de apenas 11,2 metros de calado podiam trafegar em segurança
naquela região. A sugestão da Autoridade Marítima aumentou em um metro
esse parâmetro. E em períodos de maré alta, ainda há o acréscimo de mais
um metro.
De acordo com Pinheiro de Carvalho, o aumento poderá beneficiar os
terminais instalados no Canal de Piaçaguera, que também está em processo
de dragagem. Isto porque os navios que seguem para esta região são
obrigados a passar por esse ponto da via marítima.
Já nos demais trechos do canal de navegação do Porto, desde a entrada da Barra até a BTP, o calado é 13,2 metros. A dragagem do canal do Porto é executada pela empresa holandesa Van
Oord a partir de um contrato firmado com a Codesp, no ano passado.
E a mesma empresa foi contratada pelo Ministério dos Transportes,
Portos e Aviação Civil para a ampliar as profundidades do cais santista.
Até julho deve ser concluído o projeto-executivo do empreendimento. A
obra prevê o aprofundamento do canal e das bacias de acesso aos berços
de atracação dos atuais 15 metros, em média, para 15,4 e 15,7 metros. Os
locais de atracação também terão uma nova fundura, de 7,6 a 15,7
metros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário