A CitrusBR, associação que reúne os exportadores, informou nesta
quarta-feira que o volume de suco congelado concentrado (equivalente 66º
Brix) fechou em baixa de 16% entre julho de 2016 e fevereiro
de 2017, para 605.498 toneladas, em relação ao mesmo período do ano
anterior. Em receita, houve uma queda menor, com preços mais altos em cenário
de oferta escassa de suco no Brasil --os estoques brasileiros atingiram o
menor nível da história, após quebras de safra.
As divisas geradas com as exportações somaram 1,091 bilhão de dólares
de julho a fevereiro, recuo de 7% ante o mesmo período do ano
anterior. "Observando as exportações para os principais destinos, percebemos
que a União Europeia puxou os números para baixo", afirmou o
diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, em nota.
Os volumes para a União Europeia, principal destino do suco de
laranja brasileiro, com 66,7% de participação, somaram 380.199
toneladas, queda de 24 por cento no período, segundo a CitrusBR. Em
receita, o bloco econômico fechou o período com compras de 686,5 milhões
de dólares, recuo de 16%.
Por outro lado, os Estados Unidos ampliaram em 5% as
importações, para 133.856 toneladas, com aumento de 23% na
receita, a 244,1 milhões de dólares. "Contudo, o cenário continua
preocupante para aquele mercado. Os últimos dados divulgados pela
Nielsen mostram novo recuo no consumo de suco de laranja no país...",
disse nota da CitrusBR.
Do lado da oferta, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA) voltou a reduzir a estimativa para a safra de laranjas na
Flórida, principal região produtora daquele país, para 67 milhões de
caixas de 40,8 kg. A CitrusBR apontou ainda dois cenários diferentes na Ásia, destino menos importante das exportações brasileiras. No Japão, o volume embarcado fechou o período com uma queda acentuada
de 32%, somando 20.154 toneladas, enquanto os embarques para a
China tiveram alta de 17%, com 21.395 toneladas.
Dados do governo brasileiro das exportações de suco nas duas
primeiras semanas de março apontam forte queda na média diária dos
embarques em relação ao mesmo mês do ano passado, mas muitas vezes tais
oscilações em um curto período são influenciadas pela programação de
navios ou pelo fluxo dos registros de dados pela alfândega.
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