A Infraero começou essa semana um processo para privatizar seus terminais de
carga por dez anos, mas só uma empresa apareceu na concorrência para o
primeiro deles, no aeroporto de Goiânia (GO). Para vencer a disputa, a PAC Logística, que opera em Santa Catarina,
deu um lance 0,4% acima do mínimo exigido. Com isso, vai poder
administrar o terminal do aeroporto goiano pagando um aluguel de R$ 251
mil por mês (o mínimo era R$ 250 mil) após três meses operação.
Além disso, a empresa desembolsou luva de R$ 500 mil e entregará um percentual variável sobre a receita a depender do tipo de carga. A estatal afirma que a operação é lucrativa e que hoje o terminal só
rende R$ 230 mil por mês. Portanto, a estatal receberia ainda mais que o
atual faturamento.
Mas técnicos da Infraero afirmam que o aeroporto rende para a empresa
um valor pelo menos 30% superior ao informado, mesmo com a crise atual,
quando houve queda de faturamento. No pico da atividade econômica, o
valor era pelo menos o dobro do informado.
Pelo edital da concorrência, a vencedora não terá a obrigação de
fazer nenhum investimento no terminal de cargas goiano e ainda poderá
contar com sua própria equipe, abrindo mão de todos os funcionários da
estatal no setor. Esse tem sido um dilema para a estatal, que, nos últimos anos,
privatizou seus maiores aeroportos, como Cumbica (SP), Galeão (RJ),
Viracopos (SP) Brasília e Confins (MG), tendo de aceitar a volta de
todos os funcionários que não foram aproveitados pela iniciativa
privada.
Agora, sem ter onde colocar funcionários, a estatal aeroportuária
está fazendo um plano de demissão voluntária para cortar mais de 2.500
trabalhadores. A ideia da atual administração é não parar a concessão do setor de cargas no terminal em Goiânia.
Em Curitiba (PR), o preço mínimo de aluguel era de R$ 1,7 milhão por mês, além de luvas de R$ 1 milhão. A PAC Logística venceu a disputa novamente, dessa vez contra uma concorrente, a Elog.
A empresa ofereceu um aluguel mensal de R$ 2,531 milhões para administrar a unidade por dez anos, 49% além do mínimo.
Há planos também para conceder o maior terminal de
cargas da empresa, o de Manaus (AM), um dos sustentáculos da companhia
devido às cargas da Zona Franca. O faturamento da empresa ali é estimado em mais de R$ 100 milhões por ano.
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