A
indústria espera que as negociações entre Mercosul e União Europeia, que
ocorrem nesta semana em Buenos Aires, na Argentina, avancem e os dois blocos
cheguem a um acordo com redução de barreiras ao comércio dos dois lados. A expectativa é da
CNI (Confederação Nacional da Indústria), lidera missão com 15 associações empresariais, que estão na capital platina para apoiar as negociações. O acordo ampliará o acesso do Brasil a mercados com barreiras reduzidas, de acordo com a entidade..
Atualmente, o país tem livre comércio com economias que representam menos de 8% das importações mundiais. Esse percentual subirá para 25% após a negociação com o bloco europeu. Levantamento da CNI mostra que o Brasil tem vantagem comparativa em 1.101 produtos para exportar para a UE. No entanto, os europeus mantém tarifas, cotas de importação ou barreiras não-tarifárias para 68% deles, o que diminui a competitividade nacional.
“Estamos
nos reunindo com os negociadores dos dois blocos para reiterarmos o apoio às
negociações. A CNI, com as outras três entidades empresariais de Argentina,
Paraguai e Uruguai, entregou uma nota conjunta reforçando que o acordo deve
servir para potencializar os fluxos de comercio e investimentos”, diz a
gerente-executiva de Negociações Internacionais da CNI, Soraya Rosar.
De
acordo com a CNI, a corrente de comércio entre Brasil e União Europeia
atingiu um pico de US$ 100 bilhões em 2011, quando o Brasil exportou US$ 53
bilhões e importou US$ 46 bilhões. Mas o valor caiu um terço, para US$ 64
bilhões, em 2016. O Brasil exportou US$ 20 bilhões a menos e comprou menos
US$ 15 milhões dos países do bloco europeu. “A queda mais significativa
ocorreu na exportação de produtos manufaturados”, diz o especialista em
Negociações Internacionais da CNI, Fabrízio Panzini.
Consulta da CNI com 37 entidades empresariais mostra que a União
Europeia é o segundo parceiro com o qual os setores industriais querem
acordos comerciais, atrás apenas dos Estados Unidos. Se Mercosul e UE
realmente firmarem um acordo, o Brasil passaria a ter acesso com benefícios
tarifárias e redução de barreiras não-tarifárias a um quarto dos compradores
mundiais (25%). Atualmente, os países com os quais o Brasil tem acordo
representam menos de 8% das importações mundiais. O percentual ainda é baixo
se comparado com economias da América Latina. O Chile, por exemplo, tem
acordos que cobrem 83% do comércio mundial. Já os acordos do Peru alcançam
74% dos mercados globais e, do México, 57%.
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sexta-feira, 24 de março de 2017
Negociação de Acordo reduzindo barreiras tarifárias entre Mercosul e União Europeia tem nova etapa esta semana
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