quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Confirmação da saída de 5 empresas japonesas lideradas pela Mitsubishi aumenta incerteza sobre futuro do polo naval gaúcho

         A confirmação da saída do consórcio de cinco empresas japonesas lideradas pela Mitsubishi Heavy Industries da sociedade formada por Engevix e Funcef na Ecovix aumentou a incerteza sobre o futuro do Polo Naval de Rio Grande (RS). A operadora do Estaleiro Rio Grande ficou sem o sócio que agregava solidez e representava a melhor perspectiva de elevação da produtividade, fundamental para a sobrevivência dos polos navais no Brasil.
         O contrato aprovado no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) não deixou dúvidas de que se trata da consolidação do controle da Engevix pelo Grupo Jackson, que é controlado pela Engevix. O consórcio nipônico havia comprado 30% do negócio em outubro de 2013 por US$ 300 milhões.
         Consta que na revenda teria recebido apenas um valor simbólico. Na prática, teria perdido US$ 300 milhões na operação, entre outros motivos, por não desejar envolvimento nas investigações da Operação Lava-Jato.
         Os dois principais sócios da Engevix, Gerson Almada e José Antunes Sobrinho, chegaram a ser presos pela Polícia Federal. Almada foi condenado em primeira instância, com direito a recurso, a 19 anos por corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
         Até dezembro, quando a Petrobras interveio, a Ecovix atrasava pagamento de salários e fornecedores. Empresas chinesas são apontadas com as principais interessadas em herdarem o contrato de US$ 3,5 bilhões da Ecovix com a estatal. Uma possibilidade aventada seria a simples transferência com o compromisso de assumir a dívida e concluir a entrega e não a venda.
        O secretário do Desenvolvimento do RS, Fabio Branco, admitiu que a conjuntura não ajuda a resgatar o empreendimento. Lamentou a saída dos japoneses, que haviam manifestado crença no projeto e considerado a combinação de estrutura e localização como uma das melhores do mundo.

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