segunda-feira, 8 de agosto de 2016
Movimento Pró-Logística acredita em incremento de 34% no escoamento de grãos pelo Arco Norte em 2016
O coordenador executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira (foto), disse que em 2015, saíram pelos portos do Arco Norte cerca de 19 milhões de toneladas de grãos. Segundo ele, a expectativa é de que esse ano haja um incremento de 34%, chegando a R$ 26 milhões de toneladas. “Isso se deve principalmente a um aumento de capacidade nos terminais de Miritituba e Itaqui”, explicou.
Se de um lado a notícia é boa, de outro ainda falta muito para desafogar os portos do eixo Sul. Luiz Antonio Fayet, consultor de infraestrutura e logística da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), afirmou que se o Brasil fosse capaz de prover capacidade de despacho de 5 milhões de toneladas por ano, levaria entre 18 e 20 anos para equilibrar a demanda com a oferta de terminais de exportação.
Fayet lembrou que a produção do complexo milho e soja na safra 2014/2015 foi de 180,9 milhões de toneladas. “Desse total, 57,9% foi produzido a norte do paralelo 16 e 42,1% abaixo”, compara. No caso das exportações, 19,1 milhões de toneladas saíram pelo Arco Norte, enquanto pelo Sul foram 70,9 milhões de toneladas - parte disso vinda da porção oposta", destacou.
A conta que não fecha tem algumas chances de se ampliar: a licitação de terminais portuários é um dos gargalos. De acordo com Edeon, todas as licitações previstas para acontecer nos últimos meses foram suspensas. “Em função da insegurança da mudança de governo ninguém quer investir agora”, relatou ele.
Em junho, o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil cancelou a licitação de cinco terminais de granéis sólidos localizados em Barcarena, Santarém e Outeiro, no Pará. Na época, o ministério divulgou em nota que o setor manifestou interesse nas áreas oferecidas, mas alegou que aquele não era um momento oportuno por causa das perdas no setor agrícola e do quadro econômico ainda instável. A licitação do terminal de fertilizantes de Santarém também foi adiada. Até o final do ano é esperada a inauguração das estações de transbordo de carga da Cianporte e Cargill.
Outro gargalo continua sendo a conclusão da BR-163. “Hoje, o problema é que faltam pontes e pavimentação, mas acredito que é factível que ela esteja toda asfaltada até 2017”, desabafou Fayet. “Outra coisa que precisa ser feita é um reforço de pavimento, porque não adianta você ter uma estrada pavimentada que tem mais buraco do que asfalto”, advertiu, prevendo que até o final de 2016, devem restar em torno de 85 km por serem asfaltados.
Quanto à tão esperada redução no valor do transporte pelo Arco Norte, para Edeon, uma queda representativa ainda deve levar tempo para acontecer. “Eu acredito que nos próximos três anos a gente alcance os 34% de redução comparativamente à saída por Santos”, calculou.
De acordo com dados do Imea, em março deste ano o frete de Sorriso a Miritituba estava em R$ 200. Agora, o valor é de R$ 181, na média do mês. A esse total deve somar-se ainda os gastos com o percurso por hidrovia até os portos do Pará. O levantamento não é feito pelo Imea.
No caso do trajeto Sorriso - Santos, o frete que em março de 2016 era de R$ 300/ton, agora é de R$ 265. Para Fayet, seja qual for a redução, ela ainda não é repassada aos produtores, representando um custo a menos apenas para as tradings.
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