A trajetória recessiva da economia brasileira a partir de 2014
mostrou relativa moderação no trimestre encerrado em maio deste ano,
informou o Banco Central (BC) no Boletim Regional, publicação trimestral
com indicadores econômicos por regiões do país. Para o BC, a
moderação é resultado de melhora da confiança de empresários e
consumidores, favorecida pelos efeitos positivos do ajustes na economia
feitos pelo governo e pela menor influência de eventos não econômicos,
recorrentes nos últimos dois anos.
O BC usa a expressão “eventos não
econômicos” para se referir a efeitos da Operação Lava Jato, por
exemplo. O banco destaca que o Índice de Atividade Econômica do
Banco Central (IBC-Br) recuou 1% no trimestre encerrado em maio, em
relação ao período anterior. Essa retração foi “significativamente
inferior” à registrada em trimestres anteriores, considerados dados
dessazonalizados (ajustados para o período).
No
trimestre encerrado em fevereiro deste ano, a retração era de 1,4%. Em
novembro de 2015, a queda era de 1,5 e em agosto do ano passado de 2,2%.
“Esta melhora repercutiu, em especial, na evolução dos indicadores do
Sul, favorecida pela concentração da colheita de grãos; do Norte,
beneficiada pela trajetória da indústria e da pecuária; e do Sudeste,
repercutindo a recuperação da indústria, após longo período de
retração”, diz o boletim.
“No Nordeste, embora a variação do
indicador de atividade permanecesse negativa, mostrou significativa
moderação em relação ao período anterior, enquanto a deterioração
registrada no Centro-Oeste foi condicionada pela quebra da safra grãos”,
acrescentou o BC.
O Banco Central destacou, ainda, que há
“desdobramentos positivos” do maior dinamismo do setor externo e da
melhora nos índices de confiança sobre o desempenho da indústria. Por
outro lado, diz o BC, os indicadores do setor de comércio e de serviços
repercutem o ajuste mais lento nos mercados de trabalho e de crédito.
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