A primeira plataforma para exploração de petróleo construída em Rio Grande (RS) está na mira da 33ª fase da Operação Lava-jato. A P-53, erguida pela Quip - consórcio formado por Queiróz Galvão, UTC e Iesa Óleo e Gás, entre 2007 e 2008, teria rendido US$ 5,23 milhões de propina para dirigentes da Petrobras e lobistas, e também para campanhas políticas. A denúncia foi feita pelo ex-gerente da estatal, Pedro Barusco, um dos cinco delatores que embasaram a etapa deflagrada nesta quarta-feira pela Polícia Federal, batizada de Resta Um.
Em sua delação premiada, Barusco diz que a liberação de recursos era dividida em pequenos percentuais e distribuída entre agentes e empresas envolvidas na operação. Ele listou algumas obras que são alvo da apuração da força-tarefa, como consta na ordem de prisão na qual o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), afirma que "o colaborador Pedro Barusco declarou que a Queiróz Galvão teria pago propina em diversos contratos com a Petrobras". Ildefonso Colares Filho, executivo da construtora que foi preso nesta quarta-feira, é apontado como responsável pelos acertos dos pagamentos.
Conforme o MPF (Ministério Público Federal), a Petrobras constituiu a sociedade de propósito específico denominada Charter Development Company (CDC) para a construção da P-53. A Charter, por sua vez, contratou a Quip pelo valor de US$ 522 milhões, sendo o montante depois elevado para US$ 928,8 milhões por meio de aditivos. No caso da P-53, a propina de 1% do valor total seria direcionada à Diretoria de Serviços e Engenharia da Petrobras.
A Queiróz Galvão é a última das grandes empreiteiras que ainda não havia sido alvo de uma fase da Lava-jato - é dona do terceiro maior volume de contratos com a Petrobras, de mais de R$ 20 bilhões - e, segundo o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, teria cometido "todos os pecados" investigados na operação. Há indícios de pagamentos de propina por meio de contratos de fachada, transferências no exterior, doações oficiais e caixa 2, além de tentativa de impedir investigações da CPI da Petrobras, em 2009. (fonte: jornal Zero Hora/RS)
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