A Maersk Line espera recuperação das
importações até o final de 2016. A companhia, que teve quedas de até 40%
no comércio de produtos originários da Ásia nos primeiros meses de
2016, avalia que algumas indústrias estão com estoques muito baixos
porque pararam de trazer insumos devido à crise e consequente queda no
consumo interno. “Só pelo reposicionamento de estoque os números já
começam a melhorar”, diz o diretor de trade e marketing da Maersk
Line, João Momesso.
A transportadora entende que a Olimpíada do Rio de
Janeiro não gerou uma demanda específica relevante para o setor de
navegação. A percepção da Maersk é que os negócios ainda estão no
compasso de espera e que o mercado está otimista de que haverá um
desfecho da situação política brasileira após as Olimpíadas. Momesso
acredita que, qualquer que seja esse desfecho, é preciso manter ações
pró-desenvolvimento da economia. “Acreditamos que a importação vai se
recuperar mais para o fim do ano. Com isso, vamos ter os contêineres
necessários na nossa costa para poder continuar suprindo a exportação”,
projeta.
No geral, a movimentação da Maersk na costa leste
(Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) no primeiro semestre ficou um
pouco abaixo do esperado em volumes totais. O Brasil corresponde a mais
de 70% dos negócios da Maersk nessa região, cujos países sofreram
reflexos da retração da economia brasileira.
Segundo a
Maersk, as exportações brasileiras voltaram a crescer com a
desvalorização do real frente ao dólar e o câmbio ainda permite um bom
volume de vendas de produtos para o exterior. Momesso destaca a
conteinerização de cargas a granel nos últimos anos, como o açúcar
transportado por contêiner para o Oriente Médio.
A Maersk informa que manterá o foco em cargas refrigeradas, cujas exportações
surpreenderam nos primeiros meses do ano. A exportação de carne bovina
para a China, por exemplo, cresceu em torno de 70% no primeiro semestre
em relação aos mesmos meses de 2015. Recentemente, o grupo adquiriu 30
mil contêineres refrigerados para sua frota global.
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