Os acidentes de trabalho no Porto de Santos vêm
caindo nos últimos anos. Entre 2009 e 2014, a redução foi de 53,97% e a
gravidade destas ocorrências também tem sido menor, com queda de
39,45%.
O levantamento faz parte da
tese de doutorado do engenheiro e vice-diretor do curso de Engenharia da
Universidade Santa Cecília, Áureo Pasqualeto Figueiredo. Concluída em
2015, a tese abordou as atividades dos trabalhadores portuários
avulsos.
Os números, segundo o
pesquisador, são um reflexo da modernização do complexo portuário. “A
automação, na medida em que substitui o homem em muitas tarefas penosas e
indesejadas, também tira o homem de situações perigosas”, afirma
Figueiredo, que destaca ainda a importância da conscientização dos
trabalhadores pelo treinamento, o fornecimento de equipamentos e
diálogos diários de segurança conduzidos pelas equipes do Órgão Gestor
de Mão de Obra (Ogmo).
A realidade dos
trabalhadores portuários da região é diferente da do restante do País.
No Brasil, enquanto o número de acidentes permaneceu estável, com cerca
de 700 mil acidentes por ano, as ocorrências estão ficando mais graves e
letais
A
tecnologia é um dos caminhos apontados pelo especialista para reverter
esse cenário. A realidade aumentada é uma destas possibilidades. Com
ela, um usuário pode, por exemplo, visualizar como realizar um
procedimento seguro de abertura de uma válvula no próprio campo de
trabalho, através de óculos especiais que projetam a válvula virtual ao
lado da real, momentos antes da execução do serviço.
E
esse é apenas um dos recursos tecnológicos que podem ser utilizados
para que acidentes sejam evitados. Há dispositivos que medem o nível de
cansaço do trabalhador através da leitura eletrônica da movimentação de
olhos, enviando sinais a uma central.
Esses
dados foram apresentados durante um seminário promovido pela
Universidade Santa Cecília (Unisanta) na semana passada, em Santos. O
evento reuniu, além de Figueiredo, o médico do trabalho da Fundação
Jorge Duprat e Figueiredo (Fundacentro, órgão do Ministério do Trabalho e
Emprego voltado à saúde e à segurança do trabalhador). Marcos Roberto
Kodama, e o professor doutor Marcelo Lamy, docente do curso de Mestrado
em Direito da Saúde da Unisanta.
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