Os auditores fiscais da Receita Federal decidiram cruzar os braços a partir desta terça-feira (16), até quinta (18), no
País. As operações só serão retomadas na sexta-feira e, em praticamente todos os portos brasileiros,, o desembaraço de mercadorias deve ser prejudicado. A paralisação
é mais uma tentativa da categoria de pressionar o Governo Federal para o
cumprimento de um acordo estabelecido no ano passado. Uma nova greve
pode acontecer na próxima semana.
Segundo
o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco), a cada dia de
paralisação, mil contêineres deixam de ser liberados na data em que seu
despacho é apresentado. Devido ao protesto, o aval acaba saindo apenas
dias ou semanas após, acumulando o serviço. Durante
os dias de greve, os auditores permanecem do lado de fora das
repartições sem assinar a folha de ponto.
Na prática, tanto na Delegacia
da Receita Federal quanto na Alfândega, todas as atividades são
paralisadas, com exceção da liberação de cargas vivas, perigosas,
medicamentos, perecíveis, urnas funerárias e fornecimento de bordo. “O
que fazemos é um retardamento da liberação das mercadorias. O que
normalmente seria liberado em um dia, leva três, quatro ou até cinco
dias para ser liberado, o que gera um acúmulo de contêineres para
liberação”, destacou o presidente do Sindifisco Nacional em Santos,
Renato Tavares.
Para os usuários do
cais santista, os problemas afetam a importação e a exportação. No
primeiro caso, além do represamento dos contêineres, há a incidência de
custos de armazenagem e sobre-estadia do equipamento, com despesas
adicionais aos importadores que, posteriormente, serão repassadas ao
consumidor final. Além disso, a retenção das caixas metálicas pode
provocar limitações de espaços nos terminais.
Segundo
o Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo
(Sindamar), haverá custo adicional para o importador por conta da
retenção das caixas metálicas. Isso poderá provocar problemas,
principalmente em equipamentos especiais como os frigoríficos. “Sendo
uma paralisação total, afetará diretamente o desembaraço das cargas de
importação, liberação das cargas em trânsito, fazendo com que vários
navios percam a conexão para portos no exterior. E fará com que os
terminais fiquem com sua capacidade de armazenamento prejudicada,
podendo interferir na parte operacional dos navios, na movimentação dos
contêineres ou demais cargas em seus pátios, causando redução de
espaço”, disse o diretor-executivo do Sindamar, José Roque.
A
paralisação é uma forma de os auditores pressionarem o Governo Federal
para que a Medida Provisória 765/2016 volte à pauta do Congresso
Nacional. O texto precisa ser apreciado até o próximo dia 1º, senão
perderá a validade. A categoria ainda é
contra as mudanças propostas ao projeto de lei que trata da
recomposição salarial e da regularização de normas que garantem a
independência e a autonomia do trabalho da categoria. A
principal alteração ocorreu na semana passada, quando, segundo o
presidente do Sindifisco Nacional em Santos, Renato Tavares, os
auditores fiscais perderam autoridade em suas funções. Para Roque,
paralisações como esta afetam diretamente a imagem do País no mercado
internacional.
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