A expectativa do mercado é de fortes perdas na Bolsa e alta
expressiva do dólar, risco Brasil e também dos juros futuros, levando o
mercado a rever suas projeções de um corte mais agressivo da Selic na
reunião do Copom no fim deste mês. O dólar à vista abriu no limite de
alta, aos R$ 3,3137 (+5,73%).
No pré-mercado em Nova York, a maior
carteira de fundos do Brasil caía mais de 13% nesta manhã e os American
Depositary Receipts (ADRs) de empresas brasileiras também operavam em
forte baixa, com os papéis da Petrobras em queda de 14,6%, os do Itaú
Unibanco caíam 12,4% e os da Vale recuavam 8,9% um pouco mais cedo. No
Japão, o mais popular fundo de índice de ações do Brasil, o Next Funds
Ibovespa Linked ETF, fechou em queda de 7,54%.
A forte queda de ativos brasileiros negociados no exterior já
dá uma ideia da tormenta que guiará os mercados após o executivo
Joesley Batista, do Grupo JBS, ter revelado ontem à noite conversas
gravadas em que o presidente Michel Temer dá aval para a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
segundo informação do jornal O Globo confirmada pelo Estado. "Tem que
manter isso, viu?", disse Temer sobre mesada milionária a Cunha.
Para Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, a expectativa é de uma destruição muito grande de riquezas nos próximos dias,
e há um grande risco de investidores estrangeiros deixarem o País para
não voltar tão cedo. “O mercado vinha apostando numa melhora de cenário
aliada à expectativa de que a reforma da Previdência seria aprovada, mas
agora não há mais espaço para isso”, disse. “Tudo o que conseguimos
nesse um ano de governo Temer está sendo perdido,”lamentou ela.
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